A partir de segunda-feira (18) o governo paulista vai começar a testar as pessoas com sintomas leves de coronavírus com o exame RT-PCR, que identifica o material genético do vírus. Até então, somente as pessoas internadas no estado ou profissionais de saúde eram testados. Essa nova testagem faz parte da segunda etapa prevista pelo governo paulista para aumentar o número de testes em todo o estado. Os municípios do estado vão receber as normas técnicas para aplicação dos testes de RT-PCR a partir de segunda-feira.
“A segunda fase compreende a ampliação dos testes de RT-PCR em um primeiro momento, para os contatos dos pacientes graves e, em um segundo momento, a ampliação para os pacientes sintomáticos leves. Na segunda-feira, os municípios vão receber a norma técnica já iniciando a testagem dos pacientes leves. Esses pacientes não estavam sendo atendidos até então porque existe a recomendação de que eles fiquem em casa. Agora vai ter uma sistemática de que esses pacientes vão ser atendidos”, explicou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.
A estimativa é que o estado realize 1,3 milhão de testes RT-PCR e 2 milhões de testes rápidos nos próximos três meses. Com isso, disse Dimas Covas, o estado terá realizado 27 mil testes por milhão de habitantes, atingindo níveis de testagem registrados em países europeus, como Itália e Espanha.
Hoje (15), o governo já começou a testar agentes da segurança pública do estado, mas com exames rápidos. Segundo Dimas Covas, serão testados 35 mil policiais militares, civis e técnico-científicos e as famílias desses policiais, em um total de 145 mil exames. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), essa primeira etapa de testagem rápida dos agentes de segurança será realizada entre os dias 15 e 29 de maio e atenderá os policiais que atuam ou moram na capital.
Os exames serão realizados por alunos e professores, todos voluntários, das cinco Escolas Técnicas Estaduais do Centro Paula Souza que oferecem o curso técnico de Enfermagem na capital paulista. O teste rápido identifica, em cerca de 15 minutos, a presença de anticorpos do vírus no sangue das pessoas.
Segundo o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, o estado já totalizou 70 mil testes para diagnóstico de coronavírus. São Paulo tem, até este momento, 58.247 casos confirmados de coronavírus, com 4.501 óbitos. O incremento do número de casos confirmados registrado nas últimas 24 horas no estado foi de 3.961, um total de 7% a mais em relação ao dia anterior. “Foi o maior incremento no número de casos que tivemos até então”, falou Germann.
O estado tem ainda 3.904 pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTI) e 6.205 em enfermarias. A taxa de ocupação de leitos de UTI no estado está em 68,8%, enquanto na Grande São Paulo é 84,4%.
Fases da testagem
O aumento da testagem na população paulista foi dividida em fases. Na primeira delas serão feitos cerca de 1 milhão de exames rápidos. Nessa primeira fase, além dos policiais, serão também testadas, independentemente de terem tido contato com pessoas infectadas, os profissionais das áreas de saúde e de segurança pública, a população privada de liberdade, os doadores de sangue e pessoas que vivem em asilos e casas de repousos, além dos menores da Fundação Casa e pessoas que vivem em orfanatos.
Na segunda fase, serão testados os familiares de pacientes internados. Já na terceira fase serão testados os assintomáticos, que serão identificados pela Vigilância Epidemiológica.
Para aumentar o nível de testagem no estado paulista, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou hoje a compra de 2 milhões de testes rápidos para diagnóstico do novo coronavírus. Segundo ele, esses testes já estarão disponibilizados ao Instituto Butantan a partir de amanhã (16), com investimento total de R$ 114 milhões.
Lockdown
O governador João Doria voltou a dizer hoje que tem um protocolo já preparado de lockdown no estado, para ser aplicado caso seja necessário. “O protocolo existe, está pronto. Mas neste momento ele não será aplicado. Se houver necessidade, aplicaremos”.
Rio Pinheiros
Doria assinou hoje (14) seis novos contratos para execução de obras de despoluição do Rio Pinheiros. Segundo ele, os contratos vão proporcionar a geração de 2,5 mil empregos. O total dos novos contratos é de R$ 681 milhões. O programa prevê intervenções de saneamento e socioambientais com o objetivo de devolver o Rio Pinheiros limpo à população até 2022. Esses contratos somam-se a outros seis que já estão em execução pela Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo, sendo que todos eles fazem parte do conjunto de 16 licitações em que os trabalhos foram divididos.
Segundo o governo paulista, as obras do Rio Pinheiros, que tem investimento estimado em R$ 2 bilhões, vão beneficiar cerca de 3,3 milhões de pessoas que moram em locais abrangidos pela bacia do Rio Pinheiros, que inclui bairros nos municípios de São Paulo, como Embu das Artes e Taboão da Serra.
As obras e ações para despoluição do Rio Pinheiros estão sendo contratadas na modalidade de performance. Com esse modelo, a empresa que vence a licitação fica responsável por toda ampliação e adequação do sistema de esgotamento sanitário e sua remuneração depende do resultado obtido.
Nelson Teich
O governador de São Paulo, João Doria, lamentou hoje (15) a saída do ministro da Saúde Nelson Teich do governo. “Lamento a saída do ministro da Saúde, que foi o segundo ministro da Saúde a deixar a função. O ministro Nelson Teich demonstrou, ao longo desses dias em que ocupou essa posição, o compromisso com a ciência e o respeito ao isolamento. Lamento que essa troca tenha sido feita e espero que o sucessor do ministro Nelson Teich continue seguindo a orientação da medicina e da saúde e que não incorra no grave erro de seguir orientações ideológicas, partidárias, pessoais ou familiares”.
Agência Brasil