Há um mês o Governo de São Paulo suspendeu as aulas de ensino fundamental e médio da rede pública de educação como medida de combater à disseminação do novo coronavírus. Como alternativa aos alunos, a gestão estadual iniciou a realização de atividades por meio de EAD (ensino a distância).
Embora o governo paulista aponte providências que tenha tomado para que os 3,5 milhões de alunos tenham acesso às aulas, estudante relata sobre a dificuldade em estudar a distância.
“Eu já tinha dificuldade na escola, imagina de casa, sem ter ninguém para tirar as dúvidas”, conta Hendril Bernardino, de 18 anos, aluno do segundo ano do ensino médio em uma escola no extremo da zona sul de São Paulo.
O governo estadual diz que o controle de frequência dos estudantes por meio de contagem de acessos ao aplicativo através de login e senha. “O Centro de Mídias teve até o momento, mais de 1,6 milhão de acessos e possui 700 mil seguidores nas redes sociais”, afirma.
O ensino a distância das escolas estaduais acontece por meio de dois aplicativos para celulares e apresentação das aulas na TV aberta, pela TV Cultura, graças à parceria da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo com a Fundação Padre Anchieta, além da TV Educação (para os anos finais e ensino médio) e TV Univesp (para creche, pré-escola e anos iniciais).
As aulas acontecem entre 45 minutos e uma hora e meia por dia para cada turma. Segundo a Secretaria de Educação, para que os alunos tivessem acesso aos aplicativos, foi disponibilizada internet gratuita para todos estudantes, por meio de um registro virtual, e para mais de 180 mil professores. “A iniciativa foi viabilizada em tempo recorde, com aposta em tecnologia”, diz a pasta.
Hendril afirma que não consegue fazer as aulas por meio do aplicativo porque o celular que usava quebrou e o atual não tem a tecnologia suficiente para suportar a ferramenta. A única alternativa seria as aulas pela televisão, mas ele tem dificuldade para se concentrar. Além disso, o estudante conta que “tem coisas que minha família também não vai saber ajuda a fazer”.
O aluno afirma que desde quando começou o ensino a distância, ainda não conseguiu assistir a nenhuma aula por completo. Isso faz com que ele tenha medo de ser reprovado de ano. Ele acredita que se as aulas fossem com os professores que lecionavam antes da quarentena e se houve contato individual com o professor, ainda que a distância, ajudaria a amenizar as dificuldades.
Por outro lado, Matheus Xavier, de 16 anos, disse que está gostando das aulas a distância e se adaptou bem. Todos os dias, entre 15h30 e 16h15, ele foca no celular para as aulas.
A cada dia uma matéria diferente, e a dificuldade principal costuma ser ter que dividir a atenção nas aulas com as notificações que chegam no aparelho celular de outros aplicativos, sobretudo as redes sociais.
Segundo o governo, quando voltarem as aulas presenciais, “caso algum aluno ainda tenha dificuldade no acompanhamento dos conteúdos ao longo deste período, a Seduc-SP está preparando ações de reforço escolar, a fim de recuperar possíveis deficiências e garantir o processo de ensino e aprendizagem”.
R7