O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que seu ministério não tem interesse de esconder dados. “Ao contrário do que está se discutindo na mídia, nós estamos trabalhando para mostrar 100% dos dados.”
“Os dados precisam ser completos e sem nenhuma dificulade de acesso”, declarou.
Segundo ele, a busca de todas as informações sobre a doença desde o início da pandemia é um pedido do presidente Jair Bolsonaro. “Estamos trabalhando incessantemente para detalhar os dados [do início da doença em cada paciente até a localização exata dos casos]. Se atrasou um pouco, peço desculpas, mas estamos nos esforçando.”
Ele também afirmou que não haverá mais uma hora específica para a divulgação. “O horário será 24 horas, assim que chegar da secretaria estadual já entra na plataforma. A qualquer momento.”
O interino pediu apenas compreensão para o caso de alguns Estados atrasarem suas informações, o que acabará impactando na soma total dos dados.
Desde quinta-feira da semana passada (4) o governo passou a divulgar a atualização de casos e óbitos às 22h, e não mais às 19h, como vinha ocorrendo. Na gestão de Luiz Henrique Mandetta, eles começavam a ser informados às 17h.
Pazuello também desmentiu a informação de que o objetivo de sua gestão é reduzir o número de mortos pela covid-19. De acordo com ele, sua preocupação foi sempre evitar que várias mortes do país não fossem catalogadas como causadas pelo novo coronavírus. “Nunca falei em hipernotificação, mas em subnotificação, foi isso que combati.”
Segundo diversos estudos, o número de casos e mortes no país é subnotificado. Isto é, representa apenas parte dos registros já levantados. O presidente Bolsonaro, em declarações recentes, deu a entender o contrário, afirmando que médicos do país estariam diagnosticando a doença mesmo quando ela não seria a responsável pela morte. “Tudo vira covid”, disse a apoiadores na semana passada.
Em seu longo depoimento na reunião dos ministros, nesta manhã, o ministro interino disse também que acredita que as grandes capitais do país começam a mostrar que atingiram o ápice da doença e que o deslocamento da covid-19 para as cidades menores poderá ser suprido com a estrutura criada nas cidades maiores.
Pazuello também afirmou que faz questão de acompanhar que destino terá o dinheiro repassado pelo governo federal a Estados e municípios.
Ele afirmou ainda que R$ 48,8 bilhões passaram pelo Ministério da Saúde para o combate à pandemia, já foram distribuídos 11,3 milhões de medicamentos, entre os quais 2,9 milhões de comprimidos de cloroquina. Também foram entregues 115 milhões de itens de epi (equipamento de proteção individual) para profissionais de saúde e 10 milhões de testes aos Estados do país.
R7