Com o objetivo de minimizar o impacto causado na vida das mulheres pelas medidas sanitárias e de isolamento social, necessárias ao combate do novo coronavírus, a Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM-BA) lança, nesta terça-feira (9), a Rede Mulher Solidária, com a participação de outras nove instituições.
O grupo reúne representantes da Defensoria Pública (DPE-BA), do Tribunal de Justiça (TJ-BA), Ministério Público da Bahia (MP-BA), da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-BA) por meio da Câmara da Mulher Empresária (CME), e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Bahia). A Rede tem o apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Corpo de Bombeiros e da Procuradoria Geral do Estado (PGE), além do Teatro Castro Alves (TCA) e Shopping Barra.
A Rede Mulher Solidária atuará na captação de recursos, itens alimentícios e de higiene pessoal e também na mobilização de pessoas e instituições a fim de garantir a aquisição dos materiais e produtos que vão compor o Kit Mulher Solidária para distribuição entre grupos, coletivos e associações de mulheres, em situação de vulnerabilidade social, nos bairros de Salvador e municípios mais atingidos pela Covid-19. Nesta terça-feira (8), um dos postos para arrecadar donativos, instalado no Corpo de Bombeiros, na avenida ACM, em Salvador, começa a funcionar (24h).
Outros dois postos começam a funcionar a partir de sexta-feira (12): no Teatro Castro Alves (com funcionamento das 8h às 14h) e no Shopping Barra (das 12h às 18h). A Rede receberá também doações em dinheiro por meio de depósito no Banco do Brasil, agência 3832-6, conta 993.527-4, CNPJ 13.763.132/0001-17. A conta estará disponível ainda esta semana. Outras informações podem ser solicitadas pelo e-mail [email protected] .
Um comitê gestor interinstitucional, suprapartidário, ficará responsável pela captação e distribuição dos kits, além da avaliação das ações solidárias, mas a Rede está aberta à participação de organizações de mulheres dispostas a colaborar. A expectativa é de que as doações alcancem 15 mil mulheres chefas de família monoparentais com a distribuição do Kit Mulher Solidária, o qual deve atender necessidades básicas de alimentação, higiene e promoção do cuidado pessoal e da limpeza doméstica. O kit também terá orientações sobre o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres e ao Covid-19.
Chefas de família monoparentais
A Rede atenderá especialmente às mulheres chefas de família monoparentais, ou seja, aquelas que criam seus filhos e filhas sozinhas. Na Bahia são quase três milhões de pessoas que compõem essas famílias, correspondendo a aproximadamente 19% da população e 44% das composições familiares, segundo estudo realizado em 2018 pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em parceria com a SPM-BA, a partir de dados do IBGE. As chefas de família monoparentais representam grande parte do contingente de trabalhadoras informais, que estão entre as mais vulneráveis nesse período de pandemia.
Pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, em abril deste ano, indica que em 31% das casas, no Rio de Janeiro, já faltou dinheiro para comprar produtos de limpeza e em 35% já faltou comida para as famílias no período da pandemia. Em Salvador e região metropolitana, a situação não deve ser diferente. São 38 mil famílias monoparentais em situação de extrema pobreza, segundo estudo do SEI/SPM-BA. Cerca de 30% recebem menos de R$ 178 per capita por mês.
A Rede Mulher Solidária entende que somente a união de esforços e o empenho dos governos e da sociedade possibilitarão vencer a pandemia no tempo mais breve possível e minimizar os impactos na parcela mais vulnerável da população, que ocupa a base da pirâmide social.