Alvo de inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal), o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) afirmou que ministros da Corte “apequenam” ela em função de interesses políticos. O deputado é um dos 11 parlamentares apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que tiveram o sigilo bancário quebrado por decisão do ministro Alexandre de Moraes.
A decisão faz parte de investigação sobre o apoio e financiamento de atos antidemocráticos que pediam o fechamento do Supremo e do Congresso Nacional. Pelo Twitter, o deputado disse que defenderá sua honra, inclusive com ação perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
“Já pedi aos meus advogados que entrem com uma ação na Corte Interamericana. Vou as últimas consequências pela minha honra. Alguns ministros do @STF_oficial estão apequenando a Suprema Corte a interesses políticos. @alexandre NÃO É O STF”, escreveu em uma publicação.
Mais cedo, em seu Twitter o deputado publicou vídeo em disse que “o STF trabalha politicamente contra o presidente Bolsonaro”. “Até Deus aceita ser criticado, mas Alexandre de Moraes e alguns ministros do STF não aceitam. Alexandre de Moraes não é o STF. O ministro Toffoli não é o STF”, disse no vídeo.
O parlamentar afirmou ainda que os ministros não representam a Corte, que destacou ser um dos pilares da democracia. “Atacar esse pilar é sim um movimento antidemocrático. Agora, ninguém está atacando o STF. Estamos sim criticando um comportamento político de seus ministros, que deveriam se ater na proteção da Constituição, mas resolveram se tornar partidários”, declarou.
Segundo o deputado, não há o que temer com a quebra do seu sigilo e sugeriu: “Eu não sei se o sigilo bancário do ministro Alexandre de Moraes for quebrado, se ele pode ter a mesma paz que eu estou tendo agora”. Otoni de Paula chegou a chamar Alexandre de Moraes de “canalha” e dizer que veria a “queda de forma democrática e republicana” do ministro.
Em outra publicação, o parlamentar pediu para o presidente Bolsonaro que “não entregue a cabeça do ministro Abraham Weintraub na bandeja para satisfazer a arrogância de alguns ministros do STF”. O chefe da pasta da Educação tem permanência incerta no governo e também é alvo de investigações do STF. Como o Estadão/Broadcast revelou, a saída de Weintraub seria uma forma de apaziguar as relações com o Supremo.
R7