O número de multas aplicadas a motoristas de Salvador por causa de excesso de velocidade cresceu durante a pandemia do novo coronavírus, nos meses de abril e maio. De acordo com a Transalvador foram 17.559 notificações a mais em 2020.
O órgão de trânsito detalha que em abril e maio de 2019 foram 44.039 multas para motoristas que transitavam em velocidade superior a máxima permitida em até 20%. Já no mesmo período deste ano, foram 61.598.
Com a redução de veículos nas vias por causa do isolamento social, necessário durante a pandemia do coronavírus, alguns motoristas acabaram se sentindo mais à vontade para acelerar nas principais avenidas da capital baiana.
“Esse aumento surpreendeu e preocupou. É um momento em que a gente não pode ter uma pressão maior no nosso sistema de saúde e situações como esta acabam causando mais acidente de trânsito. A velocidade ainda é o maior fator de risco de acidentes com gravidade, em todo o mundo. Por isso, preocupa bastante”, diz Fabrízzio Muller, superintendente da Transalvador.
O avanço do sinal vermelho também preocupa o superintendente. O número de multas para motoristas que não respeitaram o semáforo nos meses de maio e abril deste ano foi de 4.535.
“Os avanços do sinal vermelho, muitas vezes, são responsáveis pelos atropelamentos. É importante que as pessoas respeitem as leis de trânsito, respeitem, sobretudo, os limites de velocidade e os semáforos da cidade”, diz.
Muller informou que as avenidas que mais preocupam quando o assunto é excesso de velocidade são: Paralela, Bonocô e a Garibaldi.
“São avenidas que as pessoas, quando excedem, acabam atingindo uma velocidade perigosa. As vias que têm limite de velocidade menor é porque elas têm o perfil de velocidade menor, elas exigem isso porque têm travessia, muito comércio, essas coisas”, conta.
Veículos nas ruas
Apesar deste período de pandemia, em que é solicitado que as pessoas só saiam de casa em caso de necessidade, dados de um levantamento da Transalvador revelam que o fluxo de veículos na cidade está aumentando.
O levantamento aponta, ainda, que o último domingo (14) foi o segundo pior domingo desde o início da pandemia, com 73% dos motoristas da cidade na rua. O estudo da Transalvador mostra que apenas 27% dos veículos que circulam normalmente na cidade não estavam nas ruas no último domingo.
Desde 1º de maio, quando apenas 36% dos veículos estavam em circulação, momento do segundo melhor índice desde o início da pandemia, o fluxo de automóveis não conseguiu se manter abaixo da marca de 45%. Ou seja, mais da metade dos automóveis está nas ruas, todos os dias.