Joselma Seixas Silva Souza é psicóloga do Instituto Muita Saúde, em Salvador, e destaca que o momento é de ter atenção também sobre os trabalhadores de Saúde: “Tem o risco de ser infectado, adoecer e morrer; também a possibilidade de infectar pessoas da família, fadiga, sobrecarga; exposição a mortes em larga escala; frustração por não conseguir salvar vidas apesar dos esforços; ameaças e agressões por pessoas que buscam atendimento e não podem ser acolhidas pela limitação de recursos. Os desafios enfrentados por esses profissionais podem ser um gatilho para o desencadeamento ou a intensificação de sintomas de ansiedade, depressão e estresse agudo, que é uma reação do corpo a um momento ou fato estressante”.
O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) diz respeito à exposição direta ou indireta a eventos traumáticos. A Associação Americana de Psiquiatria publicou em 2013 um manual (DSM-5) de transtornos mentais, que classifica os sintomas típicos do TEPT em revivescência, esquiva, alterações negativas na cognição ou humor e excitabilidade aumentada. O diagnóstico pode ser avaliado a partir da duração dos sintomas, e a partir disso tentar identificar possíveis prejuízos no funcionamento psicossocial.
A psicologia atua oferecendo contribuições importantes para profissionais de saúde neste momento. “Isso envolve realização de intervenção psicológica para minimizar implicações negativas, estabilização pela redução ou eliminação da perturbação causada pelos componentes somatossensoriais da memória patogênica, além de promover redução da angústia e assegurar a qualidade das suas atividades laborais e sociais”, explica a psicóloga.
Neste momento, as intervenções psicológicas podem ocorrer em plataformas online, sugeridos por vários profissionais como a melhor forma de acolher e estabilizar os profissionais de saúde.