Atire a primeira pedra que não tem a sua farmacinha particular em casa. Aquela caixa cheia de remédios para usar na hora que aparece uma dor de cabeça, para aplacar um desconforto ou espantar uma febre repentina? Mas se por um lado ter sempre à mão e tomar medicamentos por conta própria já se tornou um hábito entre a população, por outro essa automedicação pode ser perigosa. Principalmente em tempos de Covid-19.
Quem faz o alerta é a farmacêutica e professora do curso de Farmácia da UNIFACS Patrícia Quariguazy. “Precisa haver um consumo mais consciente dos medicamentos, pois, sem orientação, seu uso pode mascarar uma patologia mais grave, além de ocasionar efeitos adversos como danos ao fígado, lesões nos rins e problemas cardíacos”, informa a professora.
Em meio à pandemia do novo coronavírus, a situação pode ser ainda mais preocupante. Patrícia lembra que alguns sinais da Covid-19 são semelhantes aos de outras patologias e infecções como, por exemplo, uma amigdalite ou diarreia. “Assim, os sintomas não são associados ao coronavírus, o caso não é investigado e as pessoas acabam se automedicando”, avalia.
Isso impede o tratamento adequado e o diagnóstico preciso para impedir que o vírus continue sendo transmitido a familiares e outros que tenham convívio com aquela pessoa. Outro perigo relacionado à automedicação está no uso de substâncias ainda não respaldadas cientificament
Com a divulgação de estudos associando a utilização de drogas como hidroxicloroquina e iverm
“Tanto a FDA, agência reguladora de medicamentos nos Estados Unidos, quanto a ANVISA aqui no Brasil não recomendam o consumo em pacientes com sintomas leves e/ou assintomáticos. Logo não existem recomendações para uso e um dos principais perigos na sua utilização está relacionado a riscos cardíacos graves”, observa a professora da UNIFACS.
Orientação profissional – Para não acabar trazendo prejuízos para a saúde, a população deve começar a incorporar o hábito de consultar o médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer remédio. Patrícia ressalta que as pessoas devem começar a exigir a presença do farmacêutico nas farmácias e buscar esclarecimentos sobre o consumo de medicamentos de venda livre, aqueles que não necessitam de prescrição médica para serem dispensados.
Ela conta que mesmo remédios bastante populares e que costumam marcar presença nas farmacinhas domiciliares e bolsas por aí, como o Paracetamol e a Dipirona, podem ser um risco quando consumidos sem orientação. “Ao consultar o farmacêutico na hora da compra, ele está ali para prestar uma atenção de qualidade, ajudando o paciente na promoção, proteção e recuperação da saúde”, avalia a especialista.