O centro hospitalar disse que Barreda foi internado no dia 21 de julho por “infecção respiratória”, teve complicações e não respondeu ao tratamento. Ele teve um teste positivo para covid-19 e morreu por conta de uma pneumonia que levou a insuficiência respiratória, na manhã desta quinta.
O promotor do caso, Héctor Canastuj, disse à EFE que o julgamento contra Barreda, sua mãe (a ex-juíza e ex-presidente da Suprema Corte do país) Beatriz Ofélia de León e o ex-investigador particular Óscar Celada, estava previsto para 15 de abril deste ano, mas foi adiado por conta do coronavírus.
“Por conta da pandemia, a atividade do tribunal foi interrompida e ainda não temos data”, explicou Canastuj, que afirmou que Ofélia de León continua acusada por ter ameaçado testemunhas, mas foi absolvida de obstrução de justiça. Celada, por sua vez, será julgado por usurpação de funções e fraude processual.
Segundo a acusação da promotoria, Cristina Siekavizza foi espancada até a morte na noite de 6 de julho de 2011 e seu corpo foi escondido por seu marido Roberto Barreda. Depois, com a ajuda de sua mãe, a ex-presidente da Suprema Corte Beatriz Ofélia de León, escondeu as provas do crime.
A promotoria considera que, depois de assassinar Cristina, Barreda retirou o corpo da casa em sua caminhonete e passou por vários pontos do país para ocultar o cadáver, que até hoje não foi encontrado.
Barreda, que durante semanas se mostrava publicamente “indignado” com o desaparecimento e pedia para que ela fosse encontrada, fugiu do país com os filhos em 3 de agosto de 2011. Ele foi capturado mais de dois anos depois, em 8 de novembro de 2013, em Mérida, no México, usando uma identidade falsa.
Em maio de 2019, finalmente a justiça guatemalteca processou Barreda por obstrução de justiça, feminicídio, maus tratos contra menores de idade, além do assassinato e desaparecimento de Cristina Siekavizza.
“Quando se encontrava no interior de sua residência, você discutiu com sua esposa (Cristina) e entraram brigando no quarto que era do seu filho Robero José, no segundo andar, onde a privou da liberdade e, aproveitando de sua força física, golpeou sua esposa até causou sua morte”, disse nos autos o juiz responsável pelo caso, Miguel Ángel Gálvez, ao concluir a fase preliminar do processo e enviar para o júri.
Gálvez já havia enviado o caso de Barreda para o júri em 2015, mas a defesa conseguiu fazer o processo voltar para a etapa inicial com um recurso. A corte de apelações considerou que a promotoria havia “modificado” a acusação inicial do processo.
Ofélia é acusada de ter ameaçado testemunhas e ajudado o filho a limpar a cena do crime e desaparecer com o corpo de Cristina.