Oito em cada 10 baianos se autodeclaram pretos ou pardos, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2019. Ainda assim, o racismo está diariamente presente no cotidiano da população e a cor da pele é o principal fator na construção das desigualdades.
Para discutir questões como estas, a Rede Bahia estreia, no dia 15 de agosto, logo após o Jornal Hoje, o programa especial Conversa Preta. Trata-se de um espaço para debater, ouvir e aprender com quem sofre mais diretamente o racismo, de forma dinâmica e com participações especiais. O programa vai ao ar durante três sábados. Apresentadores e repórteres negros da emissora fomentam o diálogo e entrevistam convidados, para ajudar a construir uma sociedade antirracista e igualitária.
O programa conta com a apresentação de Aldri Anunciação e um jornalista da Rede Bahia – Georgina Maynart (dia 15), Vanderson Nascimento (dia 22) e Luana Assiz (dia 29). Tem também matérias com os repórteres Luana Souza, Pablo Vasconcelos, Lucas Almeida, Tiago Reis, Muller Nunes e Joyce Guirra; as reflexões bem-humoradas sobre racismo da atriz Patrícia Rammos; bate-papo com estudiosos, ativistas e personalidades baianas; além de homenagens a negros e negras que são referência na sociedade.
“O tema é muito importante não somente para a comunidade negra, mas também para a comunidade não-negra. O racismo é uma ferida que afeta todas as pessoas, desequilibra a sociedade. Apresentar o Conversa Preta, além de um desafio, é ter a oportunidade de contribuir para uma sociedade mais humana”, afirma o apresentador, ator e dramaturgo Aldri Anunciação, que há 12 anos produz conteúdo que discute questões de raça no teatro e na literatura.
“A concepção do programa começou em outubro do ano passado, depois de uma reunião com lideranças negras de Salvador, na Rede Bahia. O especial é produzido, dirigido e apresentado por profissionais pretos. A cidade de Salvador é 80% negra e, ainda assim, parece que somos invisíveis. Queremos mostrar que essa população existe, é atuante, é criativa, está em diversas áreas do conhecimento. A sociedade precisa entender que o racismo é um problema estrutural e precisa ser combatido”, afirma a jornalista Mira Silva, diretora do Conversa Preta.