Neste sábado (15), a Igreja do Rosário dos Pretos, localizada no Pelourinho (Salvador) realiza missa pelo 7° dia de passagem da atriz Chica Xavier, que também era membro da Irmandade. Baiana da capital, Chica mudou-se para a cidade carioca ainda nova, em 1953, onde construiu sua carreira de atriz.
Agendada para 10h da manhã, a Missa será transmitida ao vivo pelo instagram da Irmandade do Rosário dos Pretos (@irmandadedoshomenspretos). Isso porque, presencialmente, só será possível reunir 40 convidados dos familiares, por conta das restrições impostas pelo isolamento social preventivo da pandemia da covid-19. Além disso, os presentes todos devem permanecer de máscara na igreja, na entrada receberão álcool em gel, além de ter a temperatura aferida.
Batizada como Francisca Xavier Queiroz de Jesus, a atriz faleceu no último sábado (08), vítima de câncer de pulmão avançado. Aos 88 anos, a atriz deixou marido, o ator baiano Clementino Kelé, com o qual foi casada por 64 anos; três filhos (Christina, Izabela e Clementino Junior) e três netos (Ernesto Xavier, Luana Xavier e Oranyan).
Referência nas artes negras e na religiosidade de matriz africana, Chica Xavier se tornou um legado cultural por conta de sua representatividade, que influenciou gerações de atrizes e atores negros.
Carreira – conhecida por papéis marcantes, Chica Xavier encenou sua primeira peça “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Moraes, em 1956. No cinema, estreou em 1962, no filme “Assalto ao Trem Pagador”, dirigido por Roberto Farias e, em 1973, fez sua estreia na TV, com a novela “Os Ossos do Barão” interpretando “Rosa”, uma das mais de 50 personagens que representou em novelas. “Sinhá Moça”, “Dancin’ Days”, “Renascer”, “Pátria Minha”, “Cara & Coroa”, “Rei do Gado”, “Força de um Desejo” e a minissérie “Tenda dos Milagres”, onde deu vida a mãe-de-santo Magé Bassã e o seu trabalho mais recente foi na novela “Cheias de Charme”, em 2012.
Em 1999, Chica que também é sacerdotiza, lançou livro de cantigas e rezas, fazendo homenagem e referências à sua religião.
Homenagens – Em 2010, Chica Xavier recebeu o Troféu Palmares concedido pelo MINc, através da Fundação Cultural Palmares, pelo trabalho de preservação e incentivo à cultura afro-brasileira. Em 2011, deu nome ao Centro Cultural Atriz Chica Xavier do projeto No Palco da Vida, que também reúne o acervo de sua carreira. Já em 2013 a biografia “Chica Xavier: Mãe do Brasil” foi lançada. Escrita por Teresa Montero, o livro registra toda trajetória desse ícone da dramaturgia brasileira.