O número de investidores na Bolsa de Valores brasileira cresce a cada ano, influenciado principalmente pela queda da taxa básica de juros (Selic).
Até 31 de julho de 2020, a B3 já tinha 2.824.239 pessoas físicas investindo, frente a 1.681.033 no ano anterior — aumento de 68%.
Segundo especialistas ouvidos pelo R7, a Bolsa começou a atrair investidores de maneira mais forte a partir de 2016 — em novembro deste ano, a taxa básica de juros passou de 14,25% ao ano para 14%, começando uma série de cortes.
O ano de 2016 terminou com 564.024 investidores na Bolsa e Selic a 13,75% ao ano.
A Selic se manteve estável em 6,5% ao ano de maio de 2018 até julho de 2019.
A partir de então, a taxa foi cortada em todas as reuniões seguintes do Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), até chegar a 2% ao ano, valor atual definido no encontro de agosto deste ano
O CEO da Kinvo, plataforma de gestão de investimentos, Moacy Veiga, diz que a Bolsa vem em um ciclo de alta desde 2016.
Em 2020, a queda da Selic ao menor nível histórico e a busca por novos investimentos mais rentáveis fizeram com que muitos entrassem no mercado de renda variável.
O head de renda variável da Messem Investimentos, William Teixeira, afirma que outro aspecto que aumentou o número de investidores na Bolsa, além da queda da Selic, foi o fato da renda variável estar se tornando mais popular.
Para Teixeira, os investidores que querem ter uma rentabilidade melhor vão acabar partindo para a renda variável, já que a renda fixa passou a dar resultados muito baixos devido à queda da Selic.
Para ser um bom investidor na Bolsa, Veiga diz que é preciso criar estratégias, entender que este tipo de investimento não é aconselhável para curtíssimo prazo e montar uma carteira diversificada.
Além disso, o controle emocional é fundamental.
O especialista diz que é preciso avaliar as variações como oportunidades e não com desespero.
R7