A pandemia do novo coronavírus (COVID-19) proporcionou o entrelace afetivo e consciente cada vez maior entre o setor comercial — marcas — e a sociedade. Diante da crise socioeconômica agravada pelas medidas restritivas para conter a SARS-COV-2, a população viu o fenômeno das ações de conscientização e projetos sociais eclodirem entre pequenas e grandes empresas, valorizando o status do “posicionamento responsável” no mercado.
Simulando uma gangorra, as mensagens transmitidas pelas marcas passaram a ser interpretadas de duas maneiras distintas: assertivas ou fatais. Em abril, o caso “Gabriela Pugliesi” ilustrou a importância do posicionamento comercial alinhado ao momento histórico da sociedade. Na quebra desse protocolo, a influencer perdeu seguidores, patrocinadores e contratos.
Por outro lado, empresas que fortaleceram seu posicionamento durante a pandemia como “Magazine Luiza”, “Ambev” e “Mercado Livre”, com ações sociais e de conscientização logo obtiveram destaque positivo entre a população, conforme levantamento da ‘HSR Specialist Researchers’, atuando sob benefícios mútuos. A utilização do “Marketing Social” na crise é bem-vista e até esperada pela sociedade. Segundo o relatório “Consumer Thermometer” feito pela Kantar Brasil Insights, 87% dos consumidores acreditam que as marcas devem comunicar seus esforços, enquanto 78% concordam que as empresas devem reforçar seus valores.
Na interpretação do Relações Públicas, Rodrigo Almeida, a crise permitiu que a consciência social emergisse em diversas empresas, enquanto outras foram forçadas a estabelecê-la. Em análise profissional, o RP destaca que o movimento autêntico começado por empresários contra as consequências da pandemia em setores da sociedade, construiu uma via de mão dupla beneficente e inesperada para ambos, coagindo marcas negligentes a tirar vantagem do “Marketing Social”.
“Independente do viés da ação, tanto a marca como a sociedade saem fortalecidas de campanhas e projetos feitos em prol do desenvolvimento social. As empresas do século XXI devem visar além do lucro para serem reconhecidas e conquistarem espaço e respeito no mercado. Portanto, as ações sociais acabam não apenas satisfazendo a sociedade, que é (e deve ser) o objetivo principal dessas organizações, mas também levam reconhecimento a esse agente transformador, fidelizando antigos clientes e engajando novos consumidores”, explica.
Ilustrando os efeitos do apoio solidário em tempos de crise, Rodrigo traz o ‘case’ da “Agência CRIATIVOS”, onde atua como gestor. Junto a sua equipe, o RP desenvolveu uma ação intitulada “+CRIATIVOS ao seu lado”, onde oferecia para microempresários e empreendedores — logo nos estágios iniciais da pandemia — ações com influencers, consultoria online de marketing digital, peças de design e comunicação, além do cadastro no canal de vendas “Pequeno Empresário Bahia”, tudo gratuitamente.
Segundo o Mestre em Gestão e Tecnologia Industrial, “as ações foram tão bem recebidas pelo público que identificamos negócios que conseguiram ‘sobreviver’ à situação, devido ao fortalecimento de sua comunicação”, relata. Embora a finalidade do RP não fosse converter clientes, Rodrigo conta que as diversas ações sociais da CRIATIVOS, como as campanhas “Fazer o bem, tá no sangue” — mapeando hemocentros —, divulgação de pedidos de asilos, ação conjunta do “Dia das Mães”, apoio a leilões solidários e divulgações gratuitas colocou a empresa ainda mais próxima da sociedade, gerando um reconhecimento social e de mercado para a agência.
Entretanto, Rodrigo explica que existe uma linha tênue para as ações sociais, cruzá-la sem verdade e estratégia, pode acarretar na promoção indesejada e fatal das marcas diante do momento vivido. Ainda segundo o levantamento “Consumer Thermometer”, 80% dos entrevistados concordam que as empresas devem evitar explorar a situação do coronavírus para promover suas marcas.
“É preciso ter muito cuidado para não confundir uma rede de apoio mútuo com ‘tirar proveito’ da situação. Se as ações de uma organização estão voltadas pelo que vão receber em troca, em algum momento, seja pelo excesso ou identificação das segundas intenções, essas marcas tendem a cair negativamente na avaliação da sociedade”, conclui.
Para mais informações, acesse a página da CRIATIVOS www.criativospr.com.br, a página do Instagram @criativos.pr ou o perfil de Rodrigo Almeida @rodrigoalmeidarp.