O governo de São Paulo vai contratar mil psicólogos para atender os 3,5 milhões de estudantes e 250 mil professores e servidores da rede pública estadual paulista. Por causa da pandemia do novo coronavírus, o atendimento será feito de forma remota, por videoconferência.
O programa Psicólogos da Educação começará a funcionar a partir de novembro, com atendimento nas mais de 5 mil escolas da rede pública. Cada escola terá à disposição, no mínimo, 5 horas semanais de atendimento por um psicólogo. Segundo a Secretaria Estadual da Educação, quanto maior for o número de alunos atendidos pela unidade, maior será a carga horária semanal disponibilizada pelos profissionais. Para ter acesso ao atendimento, as escolas terão de realizar agendamento por meio de uma plataforma eletrônica específica.
Os psicólogos atuarão prioritariamente em atividades coletivas, visando a melhoria de todo o ambiente escolar, mas haverá a possibilidade de atendimento clínico de emergência para alunos ou servidores.
Embora o programa já estivesse em estudo pelo governo, ele será implantado agora motivado pelos efeitos psicológicos promovidos pela pandemia.
“Desde o período anterior à pandemia, a ansiedade é um dos fatores que mais afeta os educadores: 28% afirmam estar sofrendo ou ter sofrido algum tipo de depressão. Agora, quase 50% dos professores indicam que estão preocupados com a saúde mental”, disse Rossieli Soares, secretário de Educação. Além dos professores, acrescentou ele, 80% dos jovens dizem que o lado emocional tem atrapalhado nos estudos. “O aumento de ocorrência desses transtornos acaba afetando a própria aprendizagem”, falou Soares.
Os psicólogos vão apoiar o desenvolvimento das ações do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP) e orientar profissionais sobre sinais passíveis de identificação de traumas e abusos entre os alunos, além de conduzir testes e ferramentas psicológicas, conforme planejamento de cada escola. Outra ação prevista é o apoio dos psicólogos aos docentes no desenvolvimento de habilidades socioemocionais dos estudantes.
Agência Brasil