O Reino Unido planeja um estudo para saber a eficácia das vacinas contra covid-19, no qual os voluntários imunizados seriam deliberadamente infectados com o vírus, em um ambiente controlado, segundo revelaram nesta terça-feira (20), fontes oficiais.
Os testes, conhecidos como “desafio humano” e patrocinados pelo governo, devem começar em janeiro de 2021, envolvendo 90 voluntários saudáveis entre 18 e 30 anos, que receberão previamente uma vacina candidata.
O governo confia que essas análises, lideradas por especialistas do Imperial College London, ajudarão a acelerar o desenvolvimento de vacinas contra o novo coronavírus.
Os voluntários serão monitorados para determinar se a vacina funciona e se há efeitos colaterais, disseram as autoridades, que não especificaram qual vacina ou vacinas serão testadas.
Espera-se que os resultados desses testes de desafio humano sejam conhecidos em maio do próximo ano.
No entanto, para realizar esses testes, será primeira necessária a aprovação dos reguladores.
Esses tipos de testes são uma forma muito mais rápida de testar vacinas experimentais, pois não é necessário esperar que o voluntário seja exposto ao vírus naturalmente.
O governo confirmou um investimento de 33,6 milhões de libras (cerca de R$ 244,1 milhões) para estes estudos, que serão realizados em colaboração com o Imperial College London; a empresa de pesquisa médica hVIVO, especializada nesse tipo de teste, e o Royal Free London Hospital, do Serviço de Saúde Britânico.
Os testes serão realizados sob estritas condições de controle no Royal Free Hospital, em Londres.
Após os testes no hospital, os voluntários serão avaliados por um período de um ano.
O ministro de Negócios britânico, Alok Sharma, disse hoje que o governo “está fazendo tudo o que pode para combater o coronavírus, inclusive apoiando nossos melhores e mais brilhantes cientistas e pesquisadores em sua busca por uma vacina que seja segura e eficaz”.
Existem mais de 100 vacinas contra covid-19 em desenvolvimento no mundo e algumas estão muito avançadas, entre elas a da Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.
“Para vacinas que estão nos fases finais de desenvolvimento e que já demonstraram ser seguras e eficazes nos estudos de Fase 3 (os últimos), os estudos de ‘desafio humano’ podem ajudar a compreender melhor se as vacinas previnem a transmissão”, disse o vice-diretor médico do governo, Jonathan Van-Tam.
R7