Melasma é uma hiperprodução de melanina por uma célula chamada melanócito que ocorre por fatores genéticos, hormonais e ambientais. Ocorre principalmente em mulheres devido a influência do estrogênio que ativa essa célula. Por isso, durante a gravidez, quando os níveis de estrogênio e progesterona aumentam, há tendência a aumentar. Estudos científicos recentes demonstram que mesmo o fato de expor o corpo ao sol estimula a produção de Melasma devido a um hormônio chamado MSH (Melanocyte-Stimulating hormone).
“Temos que imaginar o melanócito como um “polvo” que solta tintura quando está ameaçado. Sol, stress, reposição hormonal,anticoncepcionais, tratamentos estéticos como laser de Co2, luz pulsada podem irritar esse “polvo” estimulando a secreção exagerada de “tinta” (melanina). Radiação infravermelha causada por fogão e superfícies quentes também é uma causa de Melasma comum”, explica o medico tricologista Lucas Fustinoni.
O melasma não tem cura, mas é tratável. “O melasma é mais comum em mulheres de fototipos intermediário (morena clara e escura) na idade fertil”, diz o dermatologisa Daniel Cassiano, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
Segundo o dr. Cassiano, a base do tratamento do melasma é domiciliar. A paciente deve usar o filtro solar tonalizado frequentemente associado ao clareador tópico. Para pacientes que gostam de uma rotina de pele mais extensa, podemos associar algum antioxidante tópico, como a vitamina C, antes do filtro para otimizar os resultados.
“Mulheres com melasma têm barreira cutânea deficiente, por isso um hidratante adequado para o tipo de pele também deve fazer parte da rotina de tratamento. Mesmo com uma rotina bem feita, algumas pacientes ainda mantêm manchas no rosto. Nesses casos há tratamentos complementares: medicações por boca e procedimentos (laser, peeling, microagulhamento)”, diz o médico
Estudos científicos vêm demonstrando recentemente a grande eficácia do ácido tranexâmico tanto via oral como tópico no combate ao Melasma. “Podemos imaginar a mancha na pele como um encanamento furado. Não adianta ficar tentando limpar a sujeira causada pelo encanamento, é necessário resolver o problema. Da mesma forma são os tratamentos para Melasma, não adianta tratar somente a camada superficial que já está com pigmentos de melanina, é importante bloquear a produção no fundo da pele (camada basal da epiderme). Dessa maneira que o ácido tranexâmico age, inibindo a produção de melanina profundamente. Pode ser realizado via intradérmica agindo diretamente na célula defeituosa ou via oral. Outra novidade muito promissora é a cisteamina em forma tópica que inibe de maneira potente a produção de melanina sem os efeitos colaterais da hidroquinona, um dos clareadores mais comuns e polêmicos da dermatologia”, explica o dr. Fustinoni.
A dra Thais Sydulovicz, sócia proprietária da Clínica Topfit, aposta no microagulhamento. “É um processo que por meio de pequenas punturas no local afetado, aumenta a vasodilatação, estimulando a produção de colágeno e a absorção de produtos que podem ser utilizados em conjunto. Ele melhora o aspecto da pele, eliminando manchas e, podendo ser também utilizado em processos de rejuvenescimento”, esclarece a médica.
O dermatologista Bruno Burato, da clínica Leger, esclarece que é possível controlar o melasma em 100% dos casos, mas o paciente precisa seguir as recomendações do seu médico e trocar as medicações de tempos em tempos. Medicamentos para melasma mudam de acordo com as estações do ano.
Especialista em tratamento de pele, unha e cabelos, além de rejuvenescimento facial, a dermatologista Juliana Araújo destaca a importância de combinar o uso de protetor solar ao uso de clareadores para tratar o melasma. ”
A resposta ao tratamento é muito variável e individual.Tratamentos combinados sempre são excelentes alternativas. São associados também peelings químicos. Pode ser feito, ainda, colocando medicamentos na pele, com microagulhamento, que tem sido usado com mais frequência recentemente. Além disso, tratamentos orais também são combinados”, explica. “Camuflagem também pode ajudar”, acrescenta ao destacar que o acompanhamento com um especialista é fundamental, já que qualquer uso indevido de produtos pode acarretar no efeito contrário e potencializar o problema.
Peeling químico: é feito com ácidos, com concentrações mais fortes que os usados em cremes, para remover uma camada da pele. Pode ser leve para o melasma superficial ou mais intenso para melasma profundo.
Microagulhamento: trata-se de um técnica que perfura a pele com microagulhas para estimular a produção de colágeno e circulação de sangue na pele, o que pode ser útil para diminuir algumas manchas na pele. Além disso, ajuda a reduzir as rugas e flacidez do rosto.
Clareadores: clareiam manchas a longo prazo, mas com resultados duradouros, podendo ser usados em qualquer local do corpo.
Protetor solar: trata-se do tratamento mais importante para o melasma. Nenhum outro tratamento será efetivo sem a proteção da pele contra os raios solares.
R7