Desenvolvida por estudantes e professores do IF Baiano, a ferramenta tem foco no registro de ocorrências e outras funcionalidades, como a visualização da mancha criminal em Guanambi e região. Solução pretende ser expandida para uso em outros municípios baianos.
Uma ferramenta inédita no estado da Bahia, criada para facilitar o processo de registro de ocorrências e tornar o planejamento operacional e administrativo da polícia militar mais eficaz. Este é o potencial do aplicativo ROP-E (Registro de Ocorrências Policiais Eletrônico), desenvolvido por um grupo de estudantes e professores do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do IF Baiano – Campus Guanambi, em parceria com o 17ª Batalhão de Polícia Militar (17º BPM) do município.
Em uso em caráter experimental desde setembro de 2020, a versão final do aplicativo foi entregue oficialmente na última terça-feira, 5, ao 17° BPM.
Como funciona o ROP-E?
O principal uso do ROP-E é o registro das ocorrências. Os policiais poderão inserir, acessando o app por meio dos smartphones disponíveis nas viaturas, informações como dados dos envolvidos, fotos, documentos e o relato do ocorrido. Além disso, a ferramenta permite criar guarnições policiais, efetuar registros de acidentes de trânsito, executar ordens de policiamento (OPOs) e fornecer suporte ao posicionamento global por meio de GPS (o que permitirá a identificação da mancha criminal na região em tempo real).
“E a principal funcionalidade é a capacidade de operar sem a necessidade de conexão com a internet, permitindo aos policiais atuarem em áreas rurais ou afastadas dos centros urbanos onde o acesso é inexistente ou insatisfatório”, explica o professor do IF Baiano e coordenador da equipe desenvolvedora, Cleyton Batista.
Desenvolvimento do projeto
O grupo, formado por três estudantes e dois professores do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, vem trabalhando no desenvolvimento do aplicativo desde fevereiro de 2020. O projeto surgiu a partir de um acordo de cooperação técnica entre o IF Baiano Campus Guanambi e o 17° BPM, que tinha a necessidade de melhorar sua gestão estratégica e responder aos chamados de forma mais ágil.
O software obteve registro junto ao INPI em 3 de setembro de 2020. Para chegar ao resultado esperado, eles desenvolveram duas interfaces, as quais pudessem atender as partes estratégica e operacional da solução.
A camada estratégica corresponde a uma interface na Web, que fornece suporte ao gerenciamento e gestão das ocorrências policiais e às respostas estratégicas, permitindo uma gestão inteligente dos recursos de segurança pública. Já a camada operacional é o próprio aplicativo móvel, o qual fornece suporte aos policiais em suas atividades de campo.
A ferramenta veio para otimizar e simplificar estes dois processos, reduzindo a burocracia dos procedimentos feitos até então. Antes da incorporação do sistema, os policiais utilizavam blocos de formulários de papel para as ocorrências e começavam a incorporar um formulário online às rotinas, o qual serviu de base inicial para a modelagem do projeto de software.
A última etapa de desenvolvimento foi concluída com a entrega oficial da versão 1.0 estável do aplicativo móvel no dia 5 de janeiro de 2021. A partir de agora, o grupo inicia a etapa de suporte ao usuário e manutenção da solução, que também inclui a realização de correções e a implementação de rotinas de backups.
Agora os agentes passam pela adaptação de superar três décadas de uso do papel e abrir as portas da digitalização. “A gente utilizava há 30 anos aquele modelo tradicional, arcaico e ultrapassado de registros em papel. Então a adaptação carece instrução e acompanhamento. Agora, a gente já começa a utilização de maneira real e espera realmente que os policiais todos fiquem engajados para a melhor aplicação dessa ferramenta”, afirma o tenente coronel Mascarenhas, do 17° BPM.
Solução inova com resultados promissores
Desde a fase de testes, os policiais já vêm constatando os benefícios do uso, como economia de tempo, otimização de pessoal, economia de papel e a possibilidade de ter um registro diário das ocorrências.
Ainda segundo o 17° BPM, a iniciativa é pioneira no estado e poderá servir de modelo para outras unidades da Polícia Militar da Bahia. “A gente espera ampliar esse aplicativo, inicialmente para toda a região sudoeste, abrangendo grandes municípios, como Vitória da Conquista, Jequié, Itapetinga, Brumado, como também depois, de acordo com o aproveitamento desses benefícios, ampliar para toda a Bahia”, revela o tenente coronel.
Outro benefício destacado pela equipe desenvolvedora é que “a ferramenta permite agilizar o trabalho do policial em campo reduzindo o tempo de execução de uma ocorrência, bem como oferecendo níveis mais sólidos de manutenção dos registros policiais”, completa Batista.
A experiência também proporcionou aos estudantes do IF Baiano uma gama de novos aprendizados. “Na parte do aplicativo, tivemos a oportunidade de colocar em prática todo nosso conhecimento e prática adquiridos em sala de aula para desenvolver um produto inovador”, relata o estudante do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Djalma Santana Malta Neto.
Para saber mais, acesse: https://ifbaiano.edu.br/