A situação do Botafogo no Campeonato Brasileiro é bastante delicada, com o terceiro rebaixamento da história do clube cada vez mais próximo de virar realidade.
Após a derrota para o Vasco, que deixou o cenário praticamente irreversível, a diretoria fez uma reunião para planejar a temporada de 2021 —que terá início em fevereiro, com o Carioca, quatro dias após o fim do Nacional.
No encontro, foi projetado o time alvinegro na Série B, sem o projeto de clube-empresa e, consequentemente, com pouquíssimo dinheiro disponível.
Há algumas semanas o Botafogo viu Durcésio Mello ser eleito o novo presidente e iniciou um GTT (Grupo de Trabalho de Transição) de maneira imediata. Naquele momento, foram feitos dois planejamentos, considerando as opções com e sem rebaixamento.
A conclusão não é nada boa. Em caso de queda, o orçamento do Botafogo sofreria um corte substancial, já que deixaria de receber o dinheiro de clubes da elite. Isso representaria um golpe duríssimo nas já combalidas finanças do time alvinegro.
Segundo apuração da reportagem, o déficit operacional para 2021 ficaria em aproximadamente R$ 130 milhões com o rebaixamento.
Internamente, a situação já tem sido tratada como realidade. Por mais que ainda existam chances matemáticas de se manter na primeira divisão, o rebaixamento é visto como o caminho mais provável.
Mas não é apenas isso. Outro grande baque é a transformação do clube em S/A. Após a saída de Laércio Paiva, homem-forte do projeto, o Botafogo tenta uma alternativa. Entretanto, não há qualquer certeza que isso ocorrerá ainda em 2021.
Justamente por isso, o planejamento também ocorre nesse sentido. A nova gestão tenta se preparar para o pior cenário.
O fato é que não há qualquer perspectiva positiva para a S/A já nos próximos meses. O projeto depende de vários fatores e passou a ser visto como a aplicável apenas a médio prazo.
Algo completamente diferente do que ocorreu em todo 2020, quando a diretoria dizia que tudo estava muito próximo de virar realidade, o que gerou grande expectativa na torcida.
Sendo assim, a situação é bastante delicada para 2021. O tempo curto entre o fim do Brasileiro e o início do Carioca não permitirá um planejamento mais específico. Os dirigentes entendem que terão que “trocar os pneus com carro andando” em um dos piores momentos da história do clube.
A ideia inicial é disputar o Estadual com jogadores que tenham contrato mais longos. Ao mesmo tempo, o clube terá que vender os direitos econômicos de alguns atletas para manter a folha salarial em dia.
O Carioca servirá para identificar as maiores carências do elenco para montar um grupo necessário para disputar a Série B.
A grande questão em utilizar o atual elenco no Carioca é que no mesmo período ocorrerão as primeiras rodadas da Copa do Brasil, cuja a premiação é fundamental. Perder esse dinheiro prejudicaria ainda mais a situação do Botafogo em 2021.
Caso confirme a queda, voltar para a elite é o principal objetivo. A missão, no entanto, está longe de ser das mais fáceis, tendo como exemplo a situação do Cruzeiro.
Bahia Notícias