A enfermeira do Centro de Imunizações do Hospital das Clínicas em São Paulo, Elaine Simões, de 45 anos, se sente aliviada após aplicar e receber a primeira dose da vacina CoronaVac durante a megaoperação montada para imunizar moradores da capital do Estado. “Nossa meta é vacinar mil pessoas por hora nas 30 estações a partir desta terça-feira (19)”, afirma. “Os voluntários estão muito felizes, muitos fizeram até foto da caderneta de vacinação”, diz.
Há 21 anos formada em enfermagem, Elaine afirma que este foi o momento mais emocionante em sua trajetória profissional. Na noite anterior ao início da campanha de vacinação, a enfermeira diz não ter conseguido dormir direito, preocupada com o êxito do processo. “Fiquei pensando em tudo para nada dar errado”, diz. Com a bagagem de quem coordena campanhas de vacinação da gripe e da epidemia de H1N1 no país, ela relata nunca ter visto uma operação com estrutura semelhante à preparada para a imunização contra a covid-19.
O primeiro dia de vacinação no centro de imunizações do Hospital das Clínicas foi um teste do qual participaram voluntários. “Vacinamos pessoas que participam da campanha, colaboradores que ajudam na parte de fornecimento de material, entre outros”, afirma. Elaine deixou o centro de imunizações, na noite da segunda-feira (18), após mais de 12 horas de trabalho. “Estamos nos esforçando para sair tudo perfeito.”
“A gente fica contente em trabalhar em momentos como esses. As pessoas chegam e direcionamos aos centros de vacinação. Nossa meta é vacinar mil por hora a partir desta terça-feira”, afirma. Segundo ela, a estrutura está dividida em 30 estações para imunização. Em cada espaço, dois enfermeiros e um auxiliar estão preparados para aplicar a primeira dose da vacina. No total, são mais 30 mil profissionais envolvidos. Em outras campanhas, relata a enfermeira, o centro de imunizações fornece a vacina para os demais institutos fazerem a aplicação. “Nunca tinha visto um esquema parecido com este.”
Após ter aplicado as primeiras doses da CoronaVac, Elaine disse sentir certo alívio. “Ainda não podemos esquecer de tomar todos os cuidados, fazer o isolamento, lavar as mãos, usar álcool gel”, diz. “No primeiro dia, pensei nos colegas de trabalho que gostariam de estar aqui, ansiosos para aplicar e receber a vacina.” O entusiasmo dos voluntários vacinados no primeiro dia da campanha, segundo ela, era nítido. “Todo mundo estava muito feliz, fizeram fotos da caderneta de vacinação.”
Durante o período da manhã da segunda-feira (18), o centro de imunizações estava repleto de voluntários esperando para serem vacinados. Por volta das 9h, Elaine também recebeu a primeira dose da CoronaVac. “Senti um alívio porque a gente fica tão estressada e neurótica. A vacina veio para ajudar. Estou aliviada, mas só ficarei por completo depois da segunda dose.”
Elaine vive com a filha e o marido e faz parte do grupo de risco por ter diabetes. “Fiquei muito preocupada, afinal, a covid-19 é uma doença que não conhecemos, não sabemos como ela pode afetar nosso corpo”, diz. “Por isso, este foi o momento mais emocionante da minha carreira, nem quando acompanhei a vacinação para H1N1 foi tão intenso quanto agora.”
A enfermeira vai atuar em todas as fases da campanha de imunização previstas em São Paulo e diz se preparar para os próximos dias. “O trabalho vai ser árduo, mas a expectativa é que tudo saia bem. Vou descansar e esperar tranquilamente por novas emoções”, afirma. “É bom saber que as pessoas estão ansiosas para se vacinar. Temos que perder o medo porque a vacinação é um ato que envolve todo mundo, nossa família, colegas de trabalho e amigos.”
R7