Centenas de milhares de pessoas no sul e leste da China enfrentam escassez de água potável, devido aos baixos níveis de chuva registrados nos últimos meses, informaram hoje (8) as autoridades.
O Ministério dos Recursos Hídricos disse que mais de 500 mil hectares de terras agricultáveis foram afetados pela seca, deixando 330 mil pessoas em áreas rurais sem abastecimento suficiente de água potável.
Desde outubro que os níveis de chuva nas regiões ao sul do Rio Yangtse estão entre 50% e 80% abaixo do normal, segundo o ministério.
Cerca de 2,4 milhões de pessoas nas províncias de Zhejiang, Guangdong e Fujian já foram afetadas pela seca, e as preocupações aumentarm em Guangxi, Hunan e Yunnan.
Em Taizhou, província de Zhejiang, os moradores da Vila de Sanmen enfrentam a pior seca dos últimos 50 anos, informou a emissora estatal CCTV.
As autoridades locais determinaram que o abastecimento de água para as famílias funcione apenas em dias alternados e que as empresas não essenciais que usam grandes quantidades de água suspendam as suas operações.
Nas áreas rurais, a água potável é entregue aos moradores por bombeiros e novos poços são abertos para aumentar o abastecimento.
Yuan Yuan, vice-diretor do Departamento de Previsão da Administração Meteorológica da China, disse, em entrevista ao portal Thepaper.cn que a seca foi causada principalmente pela La Niña, um padrão climático complexo que ocorre devido às variações das temperaturas na banda equatorial do Oceano Pacífico. “A circulação anormal do ciclone continuou desde outubro e a sua intensidade aumentou no inverno”.
Qian Yonglan, investigador do Centro Meteorológico Nacional, afirmou que a seca já teve impacto prejudicial nas safras de outono e inverno, afetando a produção de batata, pimentão, tomate e banana, e pode representar uma ameaça às colheitas de arroz.
“Se a precipitação continuar baixa, pode afetar o plantio do arroz”, observou.
Agência Brasil