O derramamento em um reservatório de águas residuais de uma antiga fábrica de fosfato levou à retirada de centenas de moradores de suas casas e ameaça inundar a baía de Tampa com água poluída. O governador da Flórida, Ron DeSantis, garante que as autoridades continuam a tentar drenar a água de forma segura, mas já declarou estado de emergência e admite um possível colapso da parede que impede a inundação.
O estado de emergência foi decretado no sul de Tampa, no estado norte-americano da Flórida. O derramamento no reservatório de águas residuais poderá agravar-se e a parede que suporta o avanço das águas contaminadas está em situação de colapso iminente.
“O colapso estrutural pode ocorrer a qualquer momento”, admitiu Jacob Sauer, representante da área de segurança pública, em entrevista no sábado (3).
A lagoa abandonada fica em Piney Point, numa antiga mina de fosfato, e contém fosfogesso, um produto residual que resulta da fabricação de fertilizantes. Equipes tentam drenar a água contaminada com bombas gigantes.
No total, a lagoa contava com 450 milhões de galões de água e as duas bombas conseguem, em teoria, retirar 22 mil galões por minuto. Nesse ritmo, prevê-se que a drenagem controlada da água dure entre dez a 12 dias. Entretanto, a Agência de Proteção Ambiental enviou 20 novas bombas de água para o local, na tentativa de evitar o pior.
“Estamos tentando prevenir, evitar uma situação catastrófica de inundação. Estamos com esperança de que vamos continuar a retirar a água de forma eficaz, mas temos de nos preparar para uma degradação da situação”, admitiu o governador da Flórida, Ron DeSantis, durante nesse domingo (4).
Ainda assim, diante de um possível colapso súbito da parede, uma grande área com centenas de habitações foi evacuada por precaução.
De acordo com o jornal Tampa Bay Times, o perigo de uma inundação iminente já levou também à retirada de 345 presos que estavam no primeiro andar de uma cadeia no condado de Manatee.
Noah Valenstein, secretário da Agência de Proteção Ambiental da Flórida, disse ao mesmo jornal que a baía de Tampa é “resiliente”, e por isso a principal ameaça de um desastre ambiental é mesmo para a saúde humana, devido à possível presença de radioatividade que vem do fosfogesso.
“As empresas de fosfato tiveram mais de 50 anos para descobrir uma forma de descartar resíduos de fosfogesso radioativo. Neste momento, não há regulamentações federais, estadual ou local que exija à indústria a eliminação final de resíduos de fosfogesso de uma forma ambientalmente aceitável”, denuncia o grupo de ativismo ambiental Mana-Sota 88, citado pelo jornal The Guardian.
Agência Brasil