Com o baixo ritmo da vacinação e a explosão da segunda onda da covid-19, 71% dos brasileiros veem a recuperação da economia somente a partir do ano de 2022. É o que aponta a terceira edição da pesquisa “Os brasileiros, a pandemia e o consumo”, da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que entrevistou 2.010 pessoas por telefone, entre 16 e 20 de abril deste ano.
Segundo a CNI, o sentimento foi influenciado principalmente pela vacinação no Brasil: 83% dos entrevistados consideram o ritmo atual lento, enquanto só 9% já tomaram a primeira dose da vacina e 6%, as duas doses. Entre os que não receberam nenhuma dose, 35% não têm expectativa de serem imunizados ainda neste ano
De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a aceleração do ritmo da vacinação dos brasileiros contra a covid-19 é imprescindível para a recuperação econômica. “Só a imunização em massa da população contra a doença recolocará o Brasil no caminho da retomada da economia, do dinamismo do mercado consumidor e na rota dos investimentos”, afirma.
A pesquisa também revelou um medo menor da população em perder o emprego do que em maio de 2020. O impacto na renda dos brasileiros, por outro lado, mostrou-se profundo desde o início da pandemia. Nos últimos 12 meses, 32% dos trabalhadores afirmaram que a renda diminuiu e 14% a perderam totalmente. Para 41%, a renda ficou estável e somente 10% registraram aumento.
Quanto às expectativas sobre sua renda para os próximos seis meses, 3% acreditam que a perderão totalmente, 9% veem redução parcial e 83% consideram que não terão mudanças.
Diante de todo esse cenário de crise e pandemia, 71% da população afirmam ter reduzido seus gastos desde o início da pandemia pela perda parcial ou total da renda (30%), por insegurança sobre o futuro (38%), fechamento do comércio (27%) e outros não responderam (5%).
O levantamento também mostrou um aumento das pessoas que se dizem favoráveis a manter os serviços abertos durante a pandemia, 61% apoiam a abertura do comércio de rua, enquanto em julho de 2020 eram 49%.
No entanto, ainda na comparação entre abril de 2021 e maio do ano passado, caiu de 72% para 49% a taxa de pessoas contrárias à abertura de escolas e universidades. Sobre salões de beleza, 51% não aprovam; em julho de 2020 eram 57%. No caso dos shoppings, 57% apoiam o fechamento, na edição anterior eram 69%.
R7