Um dia após o trágico acidente no teleférico de Stresa, cidade que fica na região de Piemonte, na Itália, as investigações tentam descobrir porque o freio de emergência do equipamento não funcionou após o rompimento de um cabo.
A Procuradoria de Verbânia abriu uma investigação por homicídio culposo múltiplo e os socorristas que atuaram no resgate também ajudam com as análises. A queda do bonde matou 14 das 15 pessoas que estavam no equipamento e um menino de 5 anos está internado em uma unidade de terapia intensiva em Turim.
“Ainda é tudo suposição, mas acredito que tenha sido um problema duplo: o rompimento do cabo e a falta de funcionamento do freio de emergência. Não sabemos porque não funcionou”, explica o responsável do Socorro Alpino da província, Matteo Gasparini.
Segundo o especialista, a falta de funcionamento do freio “fez com que a cabine, após o rompimento do cabo, ganhasse velocidade e iniciasse a descida, acabando sendo catapultada para fora dos cabos de apoio”.
Toda a estrutura está sob sequestro das autoridades locais, que já iniciaram a investigação logo após o resgate. Ainda conforme Gasparini, nos seus 25 anos de trabalho voluntário nos resgates, “nunca vi nada parecido porque parecia uma cena de guerra”.
Nesta segunda-feira (24), o ministro da Infraestrutura e dos Transportes, Enrico Giovannini, foi até o local da tragédia e lamentou o acidente.
“Toda a comunidade de Stresa, particularmente atingida por essa tragédia, está demonstrando grande responsabilidade e colaboração. É um dia triste para o país. O governo e todas as instituições estão empenhadas em descobrir as causas, a entender o que aconteceu. E, ao mesmo tempo, fornecer assistência às famílias atingidas pela tragédia”, afirmou Giovannini.
A tragédia do teleférico Stresa-Mottarone atingiu em cheio cinco famílias que aproveitavam o domingo para visitar a região: três eram residentes na Lombardia, uma da Emilia-Romagna e uma da Calábria.
Entre as vítimas, estão quatro israelenses – pai, mãe e dois filhos – que há anos moravam em Pavia. O menino de cinco anos que está internado é dessa família, segundo informam familiares.
“Eu sabia que algo tinha acontecido porque comecei a receber no WhatsApp mensagens que diziam ‘eu sinto muito’ e eu não entendia o motivo”, disse aos jornalistas Aya Biran, tia do menino internado.
Segundo o último boletim médico, a criança segue estável na UTI.
“Não sabemos qual a direção ele irá tomar porque o trauma sofrido inclui um traumatismo craniano. Vamos ver como a situação vai evoluir”, disse um dos médicos da instituição.
R7