A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), em parceria com o Movimento Atingidos por Barragens (MAB) e a Associação de Proteção ao Meio Ambiente (Apema), irá oferecer o curso de Formação em Educação Ambiental com o tema “Desenvolvimento Local Sustentável no uso da Água, Energia e Meio Ambiente”. Serão contempladas comunidades ribeirinhas em sete Territórios de Identidade: Sertão de São Francisco (Casa Nova, Sento Sé e Sobradinho), Irecê (Xique Xique, e Itaguaçú da Bahia), Velho Chico (Barra, Serra do Ramalho e Carinhanha), Bacia do Rio Corrente (Cocos, Coribe, Jaborandi, Correntina, Santa Maria da Vitória e Canápolis), Recôncavo (São Félix e Cachoeira), Chapada Diamantina (Boninal e Seabra), Semiárido Nordeste II (Coronel João Sá e Pedro Alexandre). O projeto conta com recursos de emenda parlamentar do Deputado Estadual Marcelino Galo no valor de R$ 72 mil, e será realizado nos meses de agosto e setembro.
“As preocupações em torno do acesso e os diversos usos da água são crescentes no mundo. O Brasil possui 12% da água doce disponível e se coloca na centralidade das disputas mundiais pela água. Diante do quadro de desequilíbrio ambiental, cursos como esse são imprescindíveis para um trabalho de conscientização para o uso racional dos recursos hídricos junto às populações. Nossa proposta é desencadear um processo multiplicador de informações e formação sobre uso e acesso à água, à matriz energética e suas alternativas, bem como o cuidado e e preservação ambiental”, explicou a secretária Interina da Sema, e diretora Geral do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Márcia Telles.
“Esta é uma formação com vistas a preparar comunidades ribeirinhas em áreas de construção de barragens. Nossa proposta é colaborar no sentido de diminuirmos as injustiças ambientais, especialmente aquelas derivadas do modelo de progresso e desenvolvimento em vigor. Essa formação possui um caráter crítico e emancipador, para que as pessoas possam buscar soluções sustentáveis na mediação e resolução de conflitos. Esses conflitos muitas vezes são resultantes de um desenvolvimento desagregador e portador de impactos que atingem negativamente grande número de famílias que vivem da cultura econômica tradicional local, especialmente da pesa e da agricultura familiar”, afirmou José Carlos Oliveira, diretor de Educação Ambiental da Sema.
Monitores e agentes locais atingidos por barragens serão capacitados através de práticas transformadoras de Educação Ambiental, receberão orientações normativas sobre o uso e acesso à água, a matriz energética brasileira e suas alternativas, e promover práticas eficientes de cuidado e recuperação do meio ambiente. Após o curso, os agentes locais desenvolverão oficinas, palestras, debates, reuniões em comunidades atingidas e escolas, para disseminar e multiplicar os conhecimentos colhidos durante o curso. Dessa forma, serão desenvolvidos processos formativos e de conscientização nas escolas e comunidades por meio da ação dos agentes locais, visualizando conjuntamente caminhos para buscar os meios para sanar as demandas locais, possivelmente elencadas nessas atividades formativas.