O mês de julho chama a atenção para os cânceres de cabeça e pescoço, que, atualmente, correspondem aos de segunda maior incidência em homens brasileiros (o primeiro é o de próstata). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a cada ano 43 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço surgem no Brasil. As infecções por HPV, o tabagismo e o consumo de álcool estão entre os principais fatores de risco para o surgimento da doença que pode acometer lábios, cavidade oral, faringe, laringe, cavidade nasal e tireoide.
No dia 27 de julho, comemora-se o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, data que visa conscientizar a população para a importância dos hábitos saudáveis na prevenção desse tipo de tumor.
Segundo o oncologista Eduardo Moraes, do NOB – Oncoclínicas, é preciso chamar a atenção para a infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano), transmitido via sexo oral sem proteção, que tem sido um dos principais responsáveis pelo câncer de garganta.
Além do HPV, fatores genéticos, tabagismo, álcool, hábitos alimentares, traumas crônicos causados por próteses dentárias mal adaptadas e a exposição excessiva ao sol sem proteção labial podem desencadear algum câncer de cabeça e pescoço. Os hábitos de consumir bebida alcoólica e de fumar, quando associados, podem aumentar em até 20 vezes a chance de uma pessoa saudável desenvolver um tumor de cabeça e pescoço, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP).
O câncer de cabeça e pescoço atinge, principalmente, a boca (céu da boca, língua e gengiva), a faringe (garganta), a laringe (cordas vocais), os seios da face, a cavidade nasal ou a glândula tireoide. Nas mulheres, o câncer mais frequente nas regiões da cabeça e pescoço é o de tireoide e, nos homens, o câncer de boca, laringe e faringe.
Feridas na boca que não cicatrizam em até três semanas, rouquidão persistente, perda de peso, dificuldade ou dor para mastigar e engolir, alteração da voz, aumento dos gânglios linfáticos ou nódulos no pescoço e mau hálito persistente são sintomas que podem estar associados a algum câncer de cabeça e pescoço. “Ao notar qualquer um desses sintomas, é fundamental que a pessoa vá ao médico o quanto antes. Quando se trata de um tumor, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam consideravelmente as chances de cura”, adverte o oncologista Eduardo Moraes. Mais de 90% dos tumores pequenos e localizados são curáveis.
“Evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, não fumar, usar preservativo nas relações sexuais, ter uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes e cuidar da higiene bucal são hábitos importantes para prevenção da doença”, recomenda o oncologista. O médico também lembra da importância da vacina do HPV, recomendada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos..