Em mais uma iniciativa de apoio ao comércio informal, a Prefeitura lançou oficialmente, nesta quarta-feira (14), o projeto Sou Salvador, que visa qualificar e promover o reordenamento dos trabalhadores que atuam neste segmento e que são responsáveis por uma fatia expressiva da mão de obra ativa da cidade. A primeira etapa já foi iniciada nesta semana e seguirá até o início de agosto com a realização de capacitações, por meio de workshops profissionalizantes, para quase 500 ambulantes que atuam no Centro Histórico.
Os detalhes foram apresentados pelo prefeito Bruno Reis durante coletiva virtual realizada no Teatro Gregório de Mattos, no Centro. Também participaram a vice-prefeita Ana Paula Matos, as secretárias de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), Mila Paes; e da Ordem Pública (Semop), Marise Chastinet; além do titular da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), Fábio Mota; entre outros gestores.
Neste primeiro momento, o Sou Salvador alcançará apenas trabalhadores que montam postos de venda em locais turísticos. Mas a ideia é que, futuramente, o projeto seja ampliado para outras regiões que não estão inseridas no roteiro tradicional dos viajantes.
O prefeito reforçou que, desde 2013, a Prefeitura tem mantido constante diálogo e parceria junto aos profissionais do comércio informal. Essa sintonia tem dado frutos significativos para que avanços aconteçam, proporcionando mais qualidade e dignidade a todas as pessoas que atuam nesse nicho de mercado.
“São diversas iniciativas que construímos e idealizamos juntos, como a requalificação e construção de mercados municipais, ordenamento de áreas onde colocamos estrutura isotérmica. Em todas as obras da Prefeitura, a gente sempre preserva as pessoas que estão trabalhando ali, estimulando o comércio do entorno. Isso faz com que surjam novos negócios e oportunidades de emprego e renda”, afirmou Bruno Reis.
O chefe do Executivo municipal salientou que a gestão investirá recursos expressivos em qualificação de mão de obra na cidade, alcançando desde a população desempregada que precisa se inserir no mercado de trabalho até os cidadãos que atuam na informalidade. Também lembrou que, pela primeira vez na história, a capital baiana criou um fundo de R$10 milhões de reais para disponibilização de crédito a microempreendedores individuais e ambulantes. Com o financiamento, será possível que os beneficiários invistam em mercadorias e na melhoria das condições de trabalho.
Novidades – Ainda durante o lançamento do Sou Salvador, Bruno Reis anunciou a licitação para a obra de ampliação da cobertura do Mercado de São Cristóvão. Outra ação que será feita no perímetro é o reordenamento dos feirantes que ficam na rótula da entrada do bairro.
O prefeito também autorizou a entrega de permissões para regularização de 350 ambulantes da cidade e comunicou que a Prefeitura já elabora um projeto para construção de um novo mercado municipal no bairro de São Caetano.
Workshops – Os wokshops do projeto Sou Salvador tiveram início na segunda (12) e seguirão até o dia 9 de agosto, na Unifacs – Campus Lapa, na Rua da Mangueira, em Nazaré. As capacitações são realizadas nos horários da manhã, das 8h30 às 12h45; e da tarde, das 13h30 às 17h45.
Os conteúdos abordados envolvem: o mercado informal no contexto turístico, marketing e vendas, hospitalidade/recepção e qualidade no atendimento, educação financeira, conhecimento das principais localidades turísticas do Centro Histórico e manipulação de alimentos e produtos. Um grupo de WhatsApp até foi criado para que os alunos possam receber orientações.
O presidente da Associação Integrada de Vendedores Ambulantes, Feirantes e Microempreendores de Salvador (Assidivan), Rosemário Lopes, conta que nunca presenciou uma iniciativa do tipo, em três décadas de atuação no segmento.
“Se nós, vendedores, não tivermos devidamente preparados para atender nossos clientes em geral e turistas, vamos perder volume de vendas. Acho muito importante a gestão municipal dar continuidade a tudo aquilo que vem sendo feito. O comércio informal é uma das primeiras portas que se abrem para aqueles que estão sem nenhuma oportunidade de emprego. E essas capacitações potencializarão ainda mais para qualificar nossos atendimentos”, comemorou.
Etapas – O Sou Salvador é coordenado pela Secult, Semop e Semdec e conta com parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Wakanda Educação Empreendedora, Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo em Salvador (Prodetur), Parque Social, Universidade Salvador (Unifacs), Instituto Antônio Carlos Magalhães e Sindicato dos Guias Turísticos da Bahia (Sigtur).
“O projeto é dividido em três fases: a primeira delas já acontece neste momento, que é de capacitação com diversos workshops. A segunda fase é a etapa de recadastramento e ordenamento dos participantes. Essas ações estarão condicionadas à participação efetiva dos ambulantes nas atividades. A última fase é de acompanhamento e avaliação. Nela, haverá participação intensa de fiscalização da Semop para garantir que as pessoas atuando na região do Centro Histórico tenham, de fato, passado pela capacitação e estejam organizadas”, informou Mila Paes, titular da Semdec.
Além disso, acrescentou, agentes de empreendedorismo do Parque Social farão um acompanhamento especializado das necessidades dos ambulantes, realizando, inclusive, orientações financeira e comportamental, apoio de acesso ao crédito e monitoramento das atividades e qualidade do atendimento para crescimento do negócio.
Para facilitar essa estratégia, o Centro Histórico foi dividido em cinco zonas: Histórica (praças Castro Alves, Municipal e da Sé), Fé (largos Terreiros de Jesus e Cruzeiro de São Francisco), Música (praças Tereza Batista, Pedro Arcanjo, Quincas Berro D’Água, até o final do Pelourinho), Artes (Taboão até o final da Ladeira do Carmo) e Cultura (Convento do Carmo até o Santo Antônio).
Os ambulantes receberão no final do projeto certificados de participação, dando-lhes o direito a obter a licença para atuar na atividade. A partir disso eles receberão novos fardamentos com número de identificação vinculado à licença, além de um QR Code para controle de pesquisa de satisfação dos serviços prestados aos clientes.
Fotos: Betto Jr./Secom