Por falta de informação e recursos, muitos casais que precisam de ajuda para engravidar têm recorrido à inseminação caseira. Porém, o método – que não possui embasamento médico – traz inúmeros prejuízos tanto para a mulher quanto para o bebê. A técnica consiste em introduzir o sêmen (obtido de forma clandestina) diretamente na vagina e, em alguns casos, com auxílio de um cateter, dentro do útero.
“Muitas doenças podem ser transmitidas pelo sêmem, como infecção pelo HIV e sífilis. Até quando os “doadores” são testados, existe uma janela imunológica na qual o patógeno pode não ser detectado. Daí o porquê do uso de material de um doador não registrado no banco de sêmen conter riscos de contaminação que oferecem perigo à saúde da mãe e do filho”, alerta Dra. Sofia Andrade, médica especializada em Reprodução Humana.
Vale salientar ainda que a inseminação exige um conhecimento anatômico do sistema reprodutor feminino e um preparo correto do sêmen, de forma que ele seja introduzido diretamente no organismo da mulher. “Os procedimentos realizados em casa não são preparados dessa maneira, podendo gerar reações no momento da introdução do material, inclusive um choque anafilático”, frisa a médica.
Os casais que buscam essa alternativa devem se atentar tanto para a questão da insegurança biológica, quanto para o caráter burocrático, haja vista que a inseminação caseira não tem nenhum respaldo legal no momento do registro civil do recém nascido.
O desejo da maternidade/paternidade faz parte do sonho de muitos casais, mas é essencial buscar alternativas regulamentadas e seguras, de forma que os anseios que norteiam o nascimento de uma criança não se transformem em um pesadelo.