O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), atual líder do governo na Câmara, desmentiu no início de seu depoimento à CPI da Covid que tenha sido citado pelo presidente Jair Bolsonaro como responsável pela negociação das vacinas Covaxin.
O deputado, ex-ministro da Saúde no governo Michel Temer, afirmou que o presidente fez uma pergunta ao deputado Luís Miranda (DEM-DF), quando o parlamentar foi ao Palácio do Planalto falar sobre suas suspeitas em relação ao acordo que o Ministério da Saúde estava acertando com a empresa Bharat Biotech, da Índia, por intermédio da Precisa Medicamentos.
“O presidente Bolsonaro nunca afirmou que eu estava envolvido no caso Covaxin”, disse o líder do governo. “Em todas as narrativas do Luis Miranda ele repete a mesma coisa, eles mostraram minha foto ao presidente, no caso Global, e o presidente perguntou se eu estava envolvido no caso Covaxin”, defendeu o líder
Ao dar essa declaração, Ricardo Barros confirma indiretamente que os irmãos Miranda não mentiram quando afirmaram que levaram as denúncias a Bolsonaro. Inicialmente, o presidente, quando comentou o assunto, declarou que não foi alertado sobre irregularidades no acordo. Logo depois, no entanto, admitiu que soube das denúncias e pediu investigação ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
Ricardo Barros disse também que é falsa a informação de que ele teria indicado o ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias e afirmou não ter qualquer ligação com a compra de qualquer vacina contra a covid-19.
O deputado acusou a CPI de ter, ao dado projeção às declarações de Luís Miranda, causado um mal irreparável à sua imagem.
Na abertura da sessão, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que as acusações feitas a Ricardo Barros partiram dos irmãos Miranda, e que Bolsonaro poderia, desmentindo o deputado Luís Miranda, ter evitado o comparecimento do líder do governo na comissão. “Mas o presidente não o fez, por isso ele está aqui hoje”, explicou.
R7