** Em 2019, havia 874.22 escolares de 13 a 17 anos na Bahia. Mais da metade eram mulheres (52,6%); 3 em cada 10 se declaravam pretos (27,7%); e 9 em cada 10 estudavam na rede pública (88,5%);
** Naquele ano, a Bahia era o estado com a menor proporção de estudantes adolescentes que sofreram bullying na escola (34,1%), um problema que afetava mais mulheres (36,7%) e alunos da rede privada (38,9%);
** Só 1 em cada 4 escolares baianos era fisicamente ativo em 2019 (25,4%); 4 em cada 10 assistiam a mais de 2h diárias de TV (39,5%); e 5 em cada 10 passavam mais de 3 horas livres por dia em tempo de tela sedentário (48,2%);
** Em 2019, 6 em cada 10 estudantes baianos (60,6%) já haviam provado álcool alguma vez na vida, 1/3 deles fizeram isso antes dos 13 anos de idade;
** A Bahia era, em 2019, o estado com as menores proporções de escolares que já haviam experimentado drogas ilícitas (5,5%) ou cigarro (12,9%);
** Em 2019, 35,0% dos escolares na Bahia já haviam tido relação sexual, e 4 em cada 10 desses começaram antes de 13 anos. Além disso, 1 em cada 10 mulheres de 13 a 17 anos (12,1%) já tinha engravidado alguma vez;
** Em 2019, 5,1% dos escolares baianos disseram já ter sido, em algum momento, forçados a fazer sexo; 6 em cada 10 desses tinham menos de 13 anos quando a violência ocorreu;
** Na Bahia, 3 em cada 10 estudantes de 13 a 17 anos sentiam-se tristes (29,6%) e 2 em 10 achavam que a vida não valia a pena (21,1%); indicadores eram piores entre as mulheres;
** Esses são alguns dos resultados da Pesquisa Nacional do Escolar (PeNSE) 2019, realizada pelo IBGE em convênio com o Ministério da Saúde. A pesquisa investigou 19 temas, sendo 13 diretamente com os escolares, que responderam aos questionários sozinhos, sem intermediação de entrevistadores, e 6 com as direções das escolas integrantes da amostra.
Em 2019, a Bahia era o quarto estado do Brasil com o maior contingente de escolares entre 13 e 17 anos: 874.222 pessoas, a maioria delas mulheres (52,6% ou 459.731), enquanto 47,4% eram homens (414.490). Quase 9 em cada 10 estudantes de 13 a 17 anos, na Bahia, frequentavam escolas da rede pública (88,5% do total, ou 773.976), percentagem acima da nacional (85,5%).
Dentre os estados, a Bahia tinha a maior proporção de escolares que se declaravam pretos (27,7%), mais que o dobro do Brasil como um todo (13,7%). Ao mesmo tempo, tinha o menor índice do país de estudantes autodeclarados brancos (17,9%), exatamente metade do indicador nacional (35,8%). Os pardos representavam a maior parte dos escolares baianos (43,8% do total); 5,4% se declaravam amarelos; e 4,8% se declaravam indígenas.
Salvador, por sua vez, tinha o sétimo maior contingente de escolares entre as capitais, com 124.582 estudantes de 13 a 17 anos, sendo 51,0% mulheres (63.531) e 49,0% homens (61.051). Na capital, 7 em cada 10 pessoas nessa faixa de idade estudavam na rede pública (72,9% ou 90.790).
A capital baiana também tinha o maior percentual de estudantes entre 13 e 17 anos autodeclarados pretos (33,6%) e o menor de brancos (19,5%). Possuía ainda o maior percentual de escolares indígenas entre as capitais brasileiras (5,5%). O percentual de pardos da capital baiana ficou bem próximo do de pretos (35,7%) e 5,7% se declaravam amarelos, 3º maior percentual entre as capitais.
Embora na Bahia a maioria dos estudantes entre 13 e 17 anos morassem com mãe e pai (56,3%), 3 em cada 10 (31,8%) disseram morar apenas com a mãe.
Em Salvador, a importância das mães solo era maior. Menos da metade dos estudantes de 3 a 17 anos residiam com mãe e pai (48,7%), e 4 em cada 10 (40,1%) moravam só com a mãe, 2º maior percentual entre as capitais, atrás de Rio Branco/AC (42,1%) e empatado com Recife/PE (40,1%) e Campo Grande/MS (40,1%).
SITUAÇÕES NA ESCOLA: Bahia tem menor proporção de escolares que sofrem bullying (34,1%); problema afeta mais mulheres e alunos da rede privada
Na Bahia, 1 em cada 3 adolescentes que estudavam disse ter sofrido bullying na escola, isto é sentiu-se humilhado/a por provocações de colegas pelo menos uma vez nos 30 dias anteriores à entrevista da PeNSE (34,1%).
Foi o menor percentual entre os estados. No Brasil como um todo, quase 4 em cada 10 estudantes de 13 a 17 anos disseram ter sofrido bullying na escola, ao menos uma vez recentemente (39,1%). Tocantins (43,17%), Paraíba (41,8%) e São Paulo (41,6%) lideravam o ranking.
Tanto na Bahia quanto no Brasil, as mulheres eram proporcionalmente mais vítimas de bullying que os homens. No estado, 36,7% das escolares relataram ter sido humilhadas na escola; entre os homens a proporção foi de 31,2%.
O problema também afetava mais os estudantes da rede privada. Na Bahia, 38,9% dos adolescentes de escolas privadas disseram ter sofrido bullying pelo menos uma vez recentemente, frente a 33,5% na rede pública.
Em Salvador, a proporção de adolescentes que disseram ter sofrido bullying na escola ao menos uma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa foi discretamente maior que no estado como um todo (35,6%), ainda assim, era a 4a menor entre as capitais.
Ficava acima apenas de Porto Alegre/RS (34,3%), Florianópolis/SC (34,9%) e Belo Horizonte/MG (35,3%). No outro extremo, João Pessoa/PB (43,4%), Rio Branco/AC (42,8%) e Porto Velho/RO (41,6%) lideravam esse ranking.
Na capital baiana, sofrer bullying também foi mais frequente entre mulheres (38,2%) do que homens (32,9%), mas praticamente não houve diferença entre rede privada (35,9%) e pública (35,5%).
A aparência era a principal causa de humilhação. Na Bahia, 15,6% dos escolares que sofreram bullying indicaram como motivo a aparência do corpo e 10,7%, a do rosto; em Salvador, 19,0% indicaram a aparência do corpo e 11,4%, a do rosto.
A ocorrência do cyberbullying foi menos frequente do que a do bullying na escola. Na Bahia, em 2019, 1 em cada 10 escolares de 13 a 17 anos (11,9%) disse ter se sentido ameaçado, ofendido ou humilhado nas redes sociais ou aplicativo de celular, nos 30 dias anteriores à pesquisa. Foi o terceiro menor percentual dentre os estados e um pouco abaixo do nacional (13,2%).
As mulheres (14,3%) relataram mais o problema do que os homens (9,3%), e os estudantes de escolas públicas (12,0%) um pouco mais que na rede privada (11,4%).
Em Salvador, o cyberbullying também foi um pouco mais frequente do que no estado como um todo, informado por 13,4% dos escolares de 13 a 17 anos. Foi mais relatado pelas mulheres (16,6%) do que pelos homens (10,2%) e por estudantes da rede pública (14,3%) do que privada (11,3%).
ATIVIDADE FÍSICA: 1 em cada 4 escolares baianos era ativo, quase 5 em cada 10 passavam mais de 3 horas por dia em tempo de tela sedentário
Em 2019, 1 em cada 4 estudantes baianos de 13 a 17 anos podia ser considerado/a fisicamente ativo/a. Isso quer dizer que 25,4% praticavam pelo menos 300 minutos acumulados de atividades físicas por semana, fosse no deslocamento entre casa e escola, em aulas de educação física na escola ou atividades físicas extraescolares.
O percentual era menor que o nacional (28,1%) e o 8o mais baixo entre os estados, num ranking liderado por Paraná (34,0%), Santa Catarina (33,6%) e Tocantins (32,6%).
A proporção de adolescentes fisicamente ativos ficava bem próxima em Salvador (26,2%), sendo a 7a mais baixa entre as 27 capitais, num ranking liderado por Curitiba/PR (35,5%), Florianópolis/SC (33,8%) e São Paulo/SP (32,6%).
Tanto no estado quanto na capital, havia uma diferença marcante entre o percentual de adolescentes homens e mulheres fisicamente ativos, com vantagem para os homens. Na Bahia, enquanto 35,7% dos escolares homens eram ativos, a proporção caía pela metade entre as mulheres (16,1%). Em Salvador, os percentuais eram, respectivamente, 36,0% e 16,7%.
Já a diferença entre estudantes de escolas públicas e privadas era bem menos expressiva. Praticamente não existia no estado (25,3% eram ativos na rede pública frente a 25,9% na rede privada) e era um pouco maior na capital (27,0% na rede pública frente a 24,1% na rede privada).
Além de não serem tão ativos quanto os estudantes de outros estados, os/as baianos também ficavam mais em frente à TV do que a média: 39,5%, ou 4 em cada 10, assistiam a mais de duas horas de TV por dia. O percentual estava acima do nacional (36,0%) e era o 5o maior do país.
Em Salvador, o percentual de escolares que ficavam mais de duas horas por dia assistindo à TV era próximo ao do estado como um todo (40,1%) e o 6o maior entre as capitais.
Nesse indicador, havia uma diferença mais importante entre estudantes da rede pública (40,5% na Bahia e 43,0% em Salvador assistiam a mais de duas horas diárias de TV) e privada (32,0% no estado e 32,4% na capital) do que por sexo.
Se, além do tempo de TV, adicionavam-se à conta as horas de lazer passadas realizando outras atividades sentados (inclusive no computador ou outras telas), quase metade dos escolares baianos passava mais de três horas por dia no que pode ser considerado tempo de tela sedentário (48,2%). A proporção do estado ficava abaixo da nacional (53,1%) e era a 17a entre as 27 unidades da Federação.
Em Salvador, o percentual de escolares com mais de três horas por dia de tempo de tela sedentário subia significativamente e chegava quase a 6 em cada 10 (58,4%). Era a 13a maior entre as capitais.
Tanto na Bahia quanto em Salvador, a maior diferença para esse indicador também se verificava na esfera administrativa da escola, só que agora com predomínio na rede privada. No estado, enquanto 60,1% dos estudantes de escolas privadas passavam mais de três horas em frente a telas, o percentual caía para 46,7% na rede pública. Na capital, as proporções eram, respectivamente, 61,1% e 57,4%.
ÁLCOOL, DROGAS E CIGARRO: 6 em cada 10 estudantes baianos (60,6%) já provaram álcool alguma vez, 1/3 deles antes dos 13 anos
Em 2019, 6 em cada 10 estudantes baianos de 13 a 17 anos já tinham experimentado bebida alcóolica alguma vez na vida (60,6% do total).
Embora a proporção seja elevada, considerando que o consumo e a venda de bebida alcoólica são proibidos por lei para menores de 18 anos, foi menor do que a nacional (63,3%) e era apenas a 15a entre as 27 unidades da Federação. Rio Grande do Sul (74,2%), Santa Catarina (73,8%) e Paraná (70,2%) lideravam.
Na Bahia (assim como no país como um todo), o percentual de escolares de 13 a 17 anos que já haviam bebido álcool era bem maior entre as mulheres (64,9%) do que entre os homens (55,8%). O índice também era um pouco mais alto entre os estudantes da rede privada de ensino (61,1%, frente a 60,5% na rede pública).
A experimentação de álcool entre escolares era ainda mais comum na capital do que no estado como um todo. Em Salvador, em 2019, 68,2% dos estudantes de 13 a17 anos (7 em cada 10) já tinham consumido bebida alcoólica alguma vez.
A proporção também foi maior entre as mulheres (71,5% contra 64,7% dos homens), mas, ao contrário do registrado na Bahia como um todo, o indicador foi levemente superior entre os estudantes da rede pública (68,4%, contra 67,5% na rede privada).
Quase 1 em cada 3 escolares baianos que haviam experimentado bebida alcóolica alguma vez fez isso antes do 13 anos de idade (32,6% dos que tinham provado). A experimentação precoce também foi mais frequente entre as mulheres (36,2% das que experimentaram fizeram isso antes de 13 anos) do que entre os homens (28,6%) e entre estudantes da rede privada (34,4% contra 32,4% na rede pública).
A proporção de escolares que experimentaram álcool antes do 13 anos era discretamente maior em Salvador (33,7% dos que já tinham consumido alguma vez), sendo também superior entre as mulheres (34,8% contra 32,5% dos homens) e entre os estudantes da rede privada (34,2% contra 33,5% na rede pública).
O contato com a bebida alcoólica não era algo tão esporádico para 26,8% dos estudantes baianos entre 13 e 17 anos, que disseram ter consumido álcool nos 30 dias anteriores à entrevista da PeNSE.
Em Salvador, a proporção de adolescentes que haviam bebido recentemente foi de 34,3%, 4a maior do Brasil, abaixo apenas de Porto Alegre/RS (37,6%), Campo Grande/MS (34,6%) e Florianópolis/SC (34,4%).
Tanto no estado quanto na capital, entre os estudantes de 13 a 17 anos que declararam ter consumido bebida alcóolica recentemente, a forma mais comum de conseguir essa bebida foi em festas – informada por 32,7% dos que tinham bebido recentemente na Bahia e por 34,1% em Salvador.
A segunda forma mais frequente de conseguir bebida alcóolica foi comprando em loja, mercado, bar, botequim ou padaria, informada por 24,1% dos escolares baianos que tinham bebido recentemente e por 29,8% dos soteropolitanos.
Bahia é estado onde escolares menos declararam ter experimentado drogas ilícitas (5,5%); entre as capitais, Salvador tem o 2º menor resultado (9,1%)
Em 2019, a Bahia foi o estado onde os escolares entre 13 e 17 anos menos declararam já ter experimentado drogas ilícitas alguma vez na vida: apenas 5,5%. A proporção era praticamente igual entre homens (5,6%) e mulheres (5,5%) e um pouco maior entre os estudantes da rede privada (6,2%) do que na pública (5,4%).
Os estados com maiores percentuais de escolares que experimentaram drogas foram Distrito Federal (21,0%), Paraná (19,0%) e São Paulo (18,3%). No país como um todo, 13,0% dos escolares declararam já ter usado drogas ilícitas.
Entre as capitais, Salvador tinha o 2o menor percentual de escolares que já haviam experimentado drogas ilícitas (9,1%), acima apenas de Belém/PA (8,2%). O ranking era liderado por Vitória/ES (21,8%), Brasília/DF (21,0%), Florianópolis/SC (20,1%).
Na capital baiana, houve uma diferença maior entre a experimentação de drogas por parte de homens (10,2%) e mulheres (8,1%) e entre estudantes da rede privada (9,7%) e pública (8,9%).
A Bahia também era, em 2019, o estado onde os escolares de 13 a 17 anos menos declararam já ter experimentado cigarro (12,9%). A proporção era maior entre os homens (14,2%) do que entre as mulheres (11,6%) e, assim como em todos os estados brasileiros, o número era superior entre os estudantes da rede pública (13,3% frente a 9,7% na rede privada).
O percentual de experimentação de cigarro por escolares na Bahia era bastante inferior ao do país como um todo (22,6%).
Entre as capitais, Salvador (18,0%) tinha o 2o menor percentual nesse indicador, acima apenas de Aracaju/SE (16,0%). Na capital baiana, a proporção de adolescentes homens que já tinham experimentado cigarro (20,1%) também era maior que a de mulheres (16,0%) e entre os estudantes da rede pública (19,9%, frente 13,0% na rede privada).
SEXO – 35,0% dos escolares na BA já fizeram sexo, 4 em cada 10 desses começaram antes dos 13 anos; 1 em cada 10 moças já tinha engravidado
Em 2019, 35,0% dos escolares de 13 a 17 anos na Bahia já haviam tido alguma relação sexual. O percentual estava bem próximo do nacional (35,4%) e era apenas o 15o entre os 27 estados, num ranking liderado por Amazonas (45,8%), Amapá (45,6%) e Acre (43,8%).
O percentual de escolares que já haviam tido relação sexual era bem maior entre os homens (40,8%) do que entre as mulheres (29,8%). Havia desigualdade importante também entre estudantes da rede pública (36,3%) e da rede privada (25,1%).
Quase 4 em cada 10 escolares baianos que já haviam feito sexo alguma vez na vida tiveram a primeira relação antes dos 13 anos de idade (39,6% dos que haviam tido alguma experiência). O percentual de iniciação sexual precoce na Bahia era um pouco maior que o nacional (36,6%) e o 9o mais elevado do país.
Também era significativamente maior entre os homens (44,8% dos que já tinham tido relação sexual começaram antes dos 13 anos) do que entre as mulheres (33,1%) e entre estudantes de escolas públicas (40,2%, frente a 32,6% na rede privada).
Dentre os adolescentes que já haviam feito sexo, 40,0% (4 em cada 10) não utilizaram camisinha na primeira relação, percentual que não mudava muito quando a pergunta dizia respeito à relação sexual mais recente que haviam tido (38,8% não tinham feito uso de camisinha nessa ocasião).
Em 2019, na Bahia, 1 em cada 10 estudantes mulheres de 13 a 17 anos que haviam tido relação sexual contou ter já ter engravidado (12,1%). O percentual estava bem acima do nacional (7,9%) e era o 5o maior entre os estados, num ranking liderado por Alagoas (15,3%), Maranhão (13,3%) e Acre (12,8%).
Havia uma desigualdade marcante entre o percentual de moças que já haviam ficado grávidas entre as alunas da rede pública (13,0%) e particular (1,7%).
Em 2019, Salvador tinha, entre as capitais, o 3o maior percentual de escolares de 13 a 17 anos que já haviam iniciado a vida sexual (39,9% ou 4 em cada 10), atrás de Macapá/AP (44,8%) e Manaus/AM (43,2%) e empatada com Rio Branco/AC (39,9%).
O percentual de adolescentes que já haviam tido alguma relação sexual também era bem maior entre os homens (45,7% frente a 34,4% das mulheres) e entre estudantes da rede pública (44,3% frente a 28,3% na rede particular).
Já a iniciação sexual antes dos 13 anos era um pouco menos comum na capital do que no estado como um todo, informada por 36,3% dos adolescentes que já haviam feito sexo alguma vez, sendo 46,2% entre os rapazes e 23,8% entre as moças. Também havia desigualdade importante por rede de ensino, com alunos das escolas públicas mostrando um maior percentual (39,2%, frente a 24,5% na rede privada).
Na capital, o uso da camisinha não ocorreu na primeira relação sexual para 42,8% dos adolescentes. Na relação mais recente, 43,4% não usaram camisinha.
Salvador tinha, em 2019, o maior percentual entre as capitais de adolescentes mulheres que já havia engravidado: 13,0% das que já haviam tido relação sexual. Assim como no estado em geral, havia uma desigualdade muito grande entre alunas da rede pública (onde 15,7% já haviam engravidado) e privada (2,2%).
SEGURANÇA – 5,1% dos adolescentes baianos disseram já ter sido forçados a fazer sexo; 6 em cada 10 desses tinham menos de 13 anos na ocasião
A relação ou qualquer outro ato sexual foi algo imposto contra a vontade para 5,1% dos estudantes baianos de 13 a 17 anos de idade. O percentual no estado foi o 2o menor do país, só acima do verificado no Rio Grande do Sul (4,8%), ainda assim representava 44.585 adolescentes.
No Brasil como um todo, 6,3% dos escolares de 13 a 17 anos relataram já ter sido forçados a fazer sexo em algum momento.
Em todo o país, o sexo forçado era uma realidade mais frequente para as mulheres. Na Bahia, 7,2% das estudantes de 13 a 17 anos relataram essa violência, frente a 2,8% dos rapazes. A frequência também era maior entre alunos e escolas públicas (5,3%) do que privadas (3,9%).
A ocorrência da violência sexual diminuía conforme aumentava a idade do adolescente. Na Bahia, quase 6 em cada 10 adolescentes que disseram ter sido forçados a ter relação ou qualquer outro ato sexual tinham menos de 13 anos quando isso ocorreu: 56,9% ou 25.369 pessoas.
Quase metade dos escolares forçados ao sexo (48,4%) disseram que o/a agressor/a foi o/a namorado/a ou ex (informado por 28,3%) ou um/a amigo/a (20,1%).
O quadro em geral era similar em Salvador, ainda que os percentuais fossem um pouco maiores. Na capital, 6,0% dos estudantes de 13 a 17 anos disseram ter sido forçados a ter relação ou outro ato sexual – a menor proporção entre as capitais.
A percentagem foi maior entre as mulheres (8,6%) do que entre os homens (3,2%) e entre estudantes da rede pública (6,8%, frente a 3,8% na rede privada).
Na capital, dentre as vítimas, 55,1% disseram ter menos de 13 anos quando a violência sexual ocorreu. O/a agressor/a mais citado/a foi uma pessoa desconhecida (por 26,7% das vítimas); em seguida vinha namorado/a ou ex (por 24,8%).
Entre 2018 e 2019, 1 em cada 5 adolescentes na BA foi agredido por pai, mãe ou responsável; Salvador era capital com o 3o maior percentual (27,0%)
Na Bahia, 19,4% dos escolares de 13 a 17 anos (1 em cada 5) disseram ter sido agredidos fisicamente pelo pai, mãe ou responsável, entre 2018 e 2019. O percentual ficava ligeiramente abaixo do nacional (21,0%) e foi o 15o entre os 27 estados.
A agressão física por familiar direto foi mais frequente entre as mulheres (20,2%) do que entre os homens (18,5%) e entre estudantes da rede privada (24,0%, frente a 18,0% na rede pública).
Em Salvador, 27,0% dos estudantes de 13 a 17 anos disseram ter sido agredidos por pai, mãe ou responsável, entre 2018 e 2019. Foi o 3o maior percentual entre as capitais, só abaixo do Rio de Janeiro/RJ (30,0%) e de Recife/PE (27,8%).
Assim como ocorreu no estado, as mulheres relataram ter sido proporcionalmente mais agredidas do que os homens (29,2% contra 24,6%). A situação também foi mais relatada por estudantes da rede privada (27,6%) do que na rede pública (26,8%).
SAÚDE MENTAL – Em 2019, 3 em cada 10 adolescentes baianos sentiam-se tristes e 2 em 10 achavam que a vida não valia a pena
Em 2019, 16,3% dos estudantes de 13 a 17 anos na Bahia avaliavam negativamente a sua própria saúde mental. O percentual estava abaixo do nacional (17,7%) e era 8o menor entre as Unidades da Federação.
Ainda que a autoavaliação da saúde mental fosse majoritariamente positiva no estado, 3 em cada 10 escolares afirmavam se sentir tristes na maioria das vezes ou sempre (29,6%). A proporção também ficava um pouco abaixo da nacional (31,4%) e era a 5a menor entre as unidades da Federação.
Sentir-se triste era um problema muito mais frequente entre as mulheres. Na Bahia, afetava 4 em cada 10 escolares do sexo feminino (41,2%), muito mais que o dobro do percentual de homens (16,8%). Não havia diferença marcante no percentual de estudantes que diziam se sentir tristes na rede pública (29,7%) ou privada (29,0%).
O percentual de escolares que se sentiam tristes na maioria das vezes ou sempre era mais alto em Salvador: 34,8% (9o maior entre as capitais). Essa condição afetava quase metade da escolares mulheres (48,7%) e 1 em cada 5 rapazes (20,2%). Estudantes da rede pública na capital relataram uma ocorrência maior do problema (37,0%) do que na rede privada (28,9%).
Num sentimento ainda mais extremo, em 2019, 2 em cada 10 escolares de 13 a 17 anos de idade na Bahia sentiam que a vida não valia a pena ser vivida na maioria das vezes ou sempre (21,1%). O percentual ficava bem próximo ao nacional (21,4%) e era o 10o menor entre os estados.
Mais uma vez, as mulheres informaram muito mais a sensação de que a vida não valia a pena (28,7%) do que os homens (12,7%). O sentimento também era mais frequente entre estudantes da rede pública (21,5%) do que na rede privada (17,9%).
Em Salvador, a ocorrência frequente ou sempre do sentimento de que a vida não valia a pena ser vivida foi informada por quase 1 em cada 4 estudantes de 13 a 17 anos (24,2%). Era o 8o percentual entre as capitais.
O problema também afetava muito mais as mulheres (32,5%) do que os homens (15,5%) e era mais frequente entre escolares da rede pública (26,6%) do que na rede privada (17,8%).