Localizado no Terreiro de Jesus, no Pelourinho, restaurante Roma Negra abre as portas no dia 21 de novembro
As ruas históricas do Pelourinho, em Salvador, vão ganhar um novo restaurante de alta gastronomia de diáspora africana. Localizado no Largo do Cruzeiro do São Francisco, no Terreiro de Jesus, o restaurante Roma Negra abre as portas no dia 21 de novembro, um dia após as comemorações do Dia da Consciência Negra.
O restaurante será administrado por Mônica Tavares e Diana Rosa, duas das quatro sócias que administram o Malembe Food Drinks, também na região do Centro Histórico de Salvador. O empreendimento pretende, ainda, quebrar barreiras em relação ao povo negro.
“O Roma Negra segue a mesma ideologia do Malembe. As pautas sociais são as mesmas, incluindo a contrapartida do retorno à base e do compromisso social e ambiental, a contratação de pessoas pretas. Além disso, o Roma Negra tem a intenção de quebrar estereótipos. O povo preto pode e deve frequentar lugares de alta gastronomia, de consumo de carta de vinhos etc”, defende a afro-empreendedora Mônica Tavares.
O casarão, que foi cedido após parceria com Ângela Rabelo, antiga proprietária do restaurante Romã, vai contar com dois espaços: um exclusivo para o restaurante e outro de bar. Mais que um espaço de celebração da gastronomia da diáspora africana, o Roma Negra pretende ser um polo cultural da região. Ritmos como jazz, afrobeat e o samba de recôncavo terão um espaço reservado na casa. A gestão cultural ficará sob comando de Ziati Comazi.
Além disso, o restaurante pretende trabalhar a integração e valorização com as artes e a região. Durante as obras de recuperação do espaço, uma antiga pintura do grafiteiro e artista plástico Flávio Oliveira, que morreu em 2021, vítima de Covid-19, foi descoberta. A pintura de uma Frida passa por um processo de restauração e será mais um dos atrativos do espaço.
Na pauta do Roma Negra, também há espaço para o social: parte da arrecadação do restaurante será destinada para a compra de cestas básicas que serão distribuídas entre famílias carentes do Centro Histórico, por meio do projeto Minha Cesta.
Gastronomia – A cozinha do restaurante será capitaneada pela chef cozinheira e gastróloga Carolinna Esteves. Com formação em cozinha internacional pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Carollina é pesquisadora da cozinha sertaneja, regional e ancestral e trabalhou com curadoria de receitas, ministrou oficinas, palestras.
A chef colaborou também com projetos e editais voltados a cooperativas compostas por mulheres da região Sisaleira, dentre outros de fomento ao empreendedorismo feminino local. Ela é, ainda, do Mói Comida Honesta, um projeto voltado para a agricultura familiar e que tem como base o respeito ao alimento em todas suas etapas.
“Para esse novo desafio, a ideia é explorar os produtos de origem africana, mantendo como referências as receitas tradicionais, adaptando-as à comida brasileira, sertaneja, baiana e regional”, conta Carolinna.
Black Money – Administrado por mulheres negras, o Roma Negra também tem investidores negros – Antônio Marques, Cinthia Maria do Carmo Gomes, Marie Lohata Reine Adelaide e Caio Nascimento. Espaço de empreendedorismo negro, o Roma Negra pretende se consolidar como local de valorização da cultura afro, de circulação do black money, a fim de garantir um espaço gastronômico e cultural para todos.
SERVIÇO
O quê: Inauguração do Restaurante Roma Negra
Onde: Largo do Cruzeiro do São Francisco, n° 7 – Pelourinho
Quando: 21/11/2021
Horário: 19h
Funcionamento: segunda a domingo, das 11h as 23h