O prefeito de Salvador Bruno Reis falou, nesta quarta-feira (9), sobre a possibilidade reajuste na tarifa de ônibus na capital baiana. De acordo com o prefeito, há um movimento nacional de gestores que aguardam ajuda do governo federal, através de subsídio, para evitar o aumento. Bruno disse que o dia 15 de março é o prazo máximo para definição. Atualmente a tarifa custa R$ 4,40.
“Estamos aguardando o governo federal. Se até 15 de março não vier ajuda, teremos que dar o reajuste. E vamos dar o reajuste em conjunto no Brasil todo. Com a pandemia, mais o aumento elevado dos combustíveis, do valor do ônibus, do pneu, o sistema é deficitário…Estamos mobilizados para buscar subsídios federais para evitar o aumento esse ano”, disse o prefeito.
Bruno Reis ainda comentou o pedido feito pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), que reiterou à Justiça para que determine a retomada integral da circulação de 100% da frota de ônibus efetiva do sistema de transporte coletivo de Salvador, durante os horários de pico.
Ele disse que neste momento, a cidade já cumpre o pedido e que não tem mais veículos dos que os já disponibilizados no sistema.
“Não tem como aumentar a frota se não tem ônibus. Uma empresa quebrou e as outras assumiram essas linhas botando todos os ônibus disponíveis. De um lado, não tem como pagar essa conta e do outro não tem equipamento disponível, então não adianta tentar impor ou sugerir determinações que não podem ser cumpridas”, disse.
O prefeito voltou a defender a criação de um fundo nacional pra que o sistema de transporte seja subsidiado. Caso isso não ocorra, ele desenha um cenário pessimista para o transporte público de todo país.
“O fundo nacional [proposta da Frente dos Prefeitos] resultaria em recursos para ajudar a subsidiar o transporte público, como é feito em qualquer lugar do mundo, mesmo aqui no Brasil. Salvador tem uma série de problemas que agravaram o sistema, como chegada do metrô, a repartição injusta da tarifa, a tarifa única de integração com vários modais. São problemas que levaram ao agravamento do sistema, e a pandemia veio e praticamente destruiu o sistema de transporte publico”, disse.
“Em 2020, por conta da pandemia e má gestão, uma empresa de Salvador quebrou e a prefeitura teve que assumir a gestão. Se continuar desse jeito, as outras empresas vão entregar o sistema e é muito complexo uma prefeitura gerir um sistema de transporte”, continuou.
Segundo o gestor, o subsidio esperado para Salvador é de, pelo menos, R$ 64 milhões para compensar gratuidades de idosos e pessoas com deficiência. O prefeito ainda disse que nos últimos dois anos, a prefeitura de Salvador teria investido R$ 196 milhões, entre compra de crédito, indenizações, gestão da CNS, e outras medidas.
Ele ainda anunciou que até abril, 170 novos ônibus devem ser inseridos no sistema, e afirmou que, em breve, anunciará medidas sobre implantação de ônibus elétricos na capital baiana.
Em Brasília, prefeito discute transporte público e outros temas
O tema do transporte público seguiu na pauta do prefeito de Salvador, que durante a tarde esteve em Brasília, onde participa de reunião com representantes do governo federal e do Congresso Nacional sobre o financiamento do transporte público e outros assuntos de interesse de médias e grandes cidades. Ele é um dos 60 integrantes da mobilização da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que prevê reuniões e visitas a gabinetes nesta quarta-feira.
G1