Moradores do Subúrbio Ferroviário, com apoio do Fórum de Entidades Baianas de Defesa da Ferrovia, vão realizar um Ato Público na terça-feira (15), às 15h, em frente à Estação da Calçada, Cidade Baixa.
O ato é contra a desastrosa paralisação do Trem do Subúrbio de Salvador. A data faz alusão quando o trem foi desativado, em 15 de fevereiro de 2021, e tem, como principal objetivo, reivindicar a revitalização da ferrovia
Essa revitalização, segundo os organizadores, é necessária para que se possa implantar, de fato, o VLT — Veículo Leve sobre Trilhos, modal este debatido no PDDU, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, e apresentado em Consulta Pública para a população, sendo compatível tecnicamente na mesma via férrea, com o trem do Subúrbio, que pode ser também modernizado.
Um dos motivos para a defesa do VLT é um custo de implantação e manutenção até sete vezes menor que o Monotrilho, já que, para sua implantação, não seria necessário paralisar o trem nem demolir estações e a ponte ferroviária, que foram recentemente reformadas. Também não seria necessário desmontar a infra-estrutura ferroviária, com 70% de trilhos e dormentes do tipo monobloco de concreto semi-novos, com duração estimada em mais de 40 anos.
Antes da pandemia, 14 mil passageiros usavam o trem diariamente. Destes, conforme constatado em pesquisa do Ministério Público Estadual (MPE), 49% tinham um ganho mensal entre R$ 280,00 e R$ 320,00, entre pessoas desempregadas ou sub-empregadas, que só se locomoviam graças à tarifa simbólica de R$ 0,50 cobrada no trem, enquanto os ônibus custam oito vezes mais.
O desmonte da ferrovia, de acordo com Gilson Vieira, presidente do Movimento Trem de Ferro, significa um desserviço e retrocesso para a cidade de Salvador e para o estado da Bahia, desde quando impossibilita a reativação dos trens de carga rumo ao Porto de Salvador e impede a implantação do trem regional de passageiros ligando as cidades de Salvador e Alagoinhas e de Alagoinhas e Feira de Santana.
A obra de implantação do monotrilho está totalmente paralisada desde junho de 2021 no trecho ferroviário da Baixa do Fiscal até Paripe, marcado pelo abandono, deixando a população insatisfeita e prejudicada. Apenas no pátio da Calçada tem alguma movimentação, porém num ritmo bem tímido.
O Movimento Trem de Ferro – Ver de Trem compõe o Fórum de Entidades Baianas de Defesa da Ferrovia juntamente com o Grupo Ecológico Gérmen, Conselho Municipal de Moradores do Subúrbio Ferroviário, Movimento dos Sem Teto da Bahia (MSTB) e outras entidades.
Agência de Notícias das Favelas