Um deslizamento de terra causou transtornos e preocupação para moradores do bairro de Paripe, subúrbio ferroviário de Salvador. O problema na noite de quinta-feira (3), após as fortes chuvas que caíram na capital baiana. Casas foram invadidas pela lama e um imóvel está ameaçado de desabar.
O barro desceu do alto da encosta até a parte baixa da rua Telma Cristina. Alguns moradores improvisaram uma estrutura de madeira na porta das casas, para tentar conter a invasão da lama, mas, não foi suficiente. Na manhã desta sexta, muitos deles trabalham na limpeza das casas.
Segundo uma mulher identificada como Maria José, que mora no local, técnicos da Defesa Civil de Salvador (Codesal) colocaram uma lona para tentar conter a terra quando começasse o período chuvoso. No entanto, a extensão do material é menor que o necessário. Para piorar, com o grande volume de chuva que atingiu a cidade nas últimas horas, o plástico rasgou.
Ela mora na localidade há três décadas e afirma que o problema acontece há mais de dez anos. Segundo Maria José, a comunidade já solicitou, várias vezes, uma obra de contenção, o que nunca foi feito.
“A Codesal informa que está em andamento na Seinfra (Secretaria Municipal de Infraestrutura), esperando para fazer a obra. Vai esperar o inverno chegar de novo? Eu nunca vi um final de ano chover como choveu. E esses últimos dias têm chovido muito. Quanto mais chove, mais a terra desce. Se o plástico já está rasgado, não resiste”, comentou.
O órgão informou que realizou vistoria no imóvel de Maria José e constatou que parte dele foi construído irregularmente no alta da encosta. Com isso, há risco potencial de a casa desabar por deslizamento de terra, devido às características do terreno.
Maria José foi orientada pela Codesal a desocupar o imóvel em períodos chuvosos. Contudo, a moradora afirmou que não tem como mudar de casa, pois o auxílio fornecido pela prefeitura é insuficiente para que ela consiga sair com a família para um local mais seguro.
“Eu não tenho para onde ir. O auxílio que eles dão de R$ 300. Isso dá para quê? Não paga nem um quarto e sala, muito menos uma casa com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Às vezes levanto aqui sozinha e venho olhar aqui, porque estamos correndo perigo a cada dia que passa”, disse.
O g1 entrou em contato com a Seinfra, para obter mais informações sobre o andamento da obra de contenção da encosta, e aguarda posicionamento.
Previsão de mais chuva em Salvador
A capital baiana é atingida por uma frente fria desde a madrugada de quinta-feira (3). Segundo a prefeitura municipal, a previsão é de que o temporal permaneça durante todo o fim de semana.
Nesta sexta-feira (4), sábado (5) e domingo (6), a chance é de até 90% de chuvas fortes, acompanhadas por trovoadas. Também há risco de alagamentos e deslizamentos de terra.
Entre os bairros que tiveram maior volume de acumulado de chuva nas últimas 24h, de acordo com a Codesal, alguns ficam no subúrbio: Mirantes de Periperi, Capelinha de São Caetano, Lobato e Paripe.
Nesta manhã, vários pontos de alagamentos foram registrados em Fazenda Coutos, na mesma região. Veículos têm dificuldade em trafegar e engarrafamentos também são ocasionados em diferentes trechos.
Bairro de Fazenda Coutos, em Salvador, tem alagamentos após forte chuva nesta sexta
Orientações
A recomendação da prefeitura para a população é que sejam adotadas medidas preventivas para reduzir riscos e preservar a segurança em períodos chuvosos. Para quem está no trânsito, a dica é evitar trafegar em pistas inundadas e alagadas; estacionar o veículo caso a chuva esteja muito forte; e evitar atravessar enxurradas.
Em caso de raios e trovões, o indicado é buscar abrigo seguro; não ficar em locais abertos, debaixo de árvores ou próximo a cabos elétricos molhados ou arrebentados. e não estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica.
A Codesal, que integra a categoria de serviços essenciais do município, permanece de plantão 24 horas atendendo às solicitações pelo telefone gratuito 199.
G1