A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai enviar nesta sexta-feira (6) um documento à Conmebol com a proposta do presidente Ednaldo Rodrigues de “punição esportiva” aos clubes em casos de racismo. O dirigente da entidade brasileira solicita a perda de ponto aos times, cujos torcedores se envolveram em atos racistas em jogos da Libertadores e Copa Sul-Americana. A entidade continental tem punido alguns clubes em casos de racismo com a aplicação de multas.
“Não concordo com apenas multa financeira ao clube que tiver um torcedor racista. Não se combate a discriminação apenas aumentando a multa. Tem que ser de forma mais dura. O clube precisa sofrer uma punição esportiva. Quero que o time do torcedor identificado cometendo um ato racista perca pelo menos um ponto na tabela do campeonato. Só assim acredito que vamos pacificar os estádios”, afirmou Ednaldo, primeiro negro a chegar na presidência da CBF. “O clube tem que ser punido por não ter conseguido educar o torcedor que entra no seu estádio. Com a punição esportiva ao clube, conseguimos envolver o torcedor nesta luta antitracista. O torcedor seria um fiscal contra o preconceito na arquibancada”, falou.
Atos de racismo têm sido vistos nos estádios em jogos da Libertadores e Sul-Americana, principalmente envolvendo clubes brasileiros. Torcedores dos argentinos Estudiantes, River Plate, Boca Juniors, do equatoriano Emelec e do chileno Universidad Católica fizeram gestos racistas em direção aos apoiadores, respectivamente, do Red Bull Bragantino, Fortaleza, Corinthians, Palmeiras e Flamengo.
A proposta de Ednaldo Rodrigues não ficará apenas nas competições internacionais da América do Sul. O dirigente também pretende endurecer as regras para os torneios organizados pela CBF. Porém, elas entrariam em vigor a partir do próximo ano, já que os regulamentos dos campeonatos de 2022 já estão aprovados.
“Quero propor uma ampla discussão aqui no Brasil para a próxima temporada. Vou pedir a perda de pelo menos um ponto a partir do ano que vem. Essa discussão vai ser boa para ver quem realmente quer combater o racismo no futebol”, ressaltou.
Bahia Notícias