Dermatologistas da clínica inDerm falam sobre a importância do diagnóstico precoce
O câncer é uma das enfermidades que mais assusta as pessoas ao redor do mundo e é a segunda causa de morte por doenças no Brasil. Os tumores cutâneos são os mais frequentes nos seres humanos e correspondem a cerca de 30% dos casos registrados de câncer. Segundo projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 185,6 mil novos casos de câncer de pele até o final de 2022. O câncer de pele possui diferentes tipos e entre eles está o melanoma, o mais agressivo, com alta taxa de mortalidade, mas por outro lado o menos frequente. Com o objetivo de conscientizar a população sobre a doença, foi criado o Junho Preto para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce, como explicam as dermatologistas Camila Sampaio e Fernanda Ventin, sócias da clínica inDerm.
O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e é mais frequente em adultos brancos. Ele pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas palmas das mãos e plantas dos pés.
“O melanoma pode surgir na pele normal ou como modificação de pintas já existentes. Na maior parte das vezes, esse tipo de mutação atinge pessoas de pele clara. Em homens, surge mais frequentemente no tronco, e em mulheres, nas pernas. “Existem melanomas em outras regiões, além da pele, que também apresentam pigmento melânico como na coróide nos olhos e no labirinto dos ouvidos”, explica a dermatologista Camila Sampaio.
Fatores de risco
Os fatores de risco são diversos. Entre eles estão a questão genética e a idade. “A história familiar é importante, em torno de 10% tem um parente de primeiro grau acometido. O desenvolvimento da condição também pode ter relação com a faixa etária, já que melanomas são mais comuns em adultos, sendo o pico de incidência aos 50 anos, atingindo uma faixa de idade que vai desde adultos jovens até pessoas muito idosas,” alerta a dermatologista Fernanda Ventim.
Queimaduras solares na infância ou adolescência e exposição solar intensa sem proteção durante a vida adulta também podem contribuir para o aparecimento do melanoma, além da presença de múltiplos nevos (pintas). Como forma de cuidado é importante evitar exposição solar sem medidas de proteção. Usar sempre filtros solares e até barreiras físicas como boné ou camisetas, e manter a vigilância da pele. “Tenha o hábito de observar regularmente a pele à procura de manchas suspeitas e pintas novas ou que se modificaram”, destaca a médica.
Diagnóstico
Caso tenha algum sinal novo ou mesmo um antigo que tenha mudado de aspecto, procure um dermatologista para avaliação adequada da lesão. Com o auxílio de aparelhos e exame clínico atencioso é possível o diagnóstico precoce da doença.
“A detecção precoce possibilita melhores resultados no tratamento do melanoma. As chances de cura da doença chega a ser mais de 90%. Por isso a importância de consultar um dermatologista pelo menos uma vez ao ano”, completa Camila Sampaio.