Médico radiologista João Rafael Carneiro alerta para a importância do acompanhamento médico e exames para rastreio de possíveis alterações
O mês de julho traz um alerta para todas as mulheres, através da campanha Julho Verde Escuro, que tem como objetivo combater e conscientizar as mulheres sobre os cânceres ginecológicos. Silencioso e por vezes difícil de ser detectado, o câncer ginecológico acomete muitas mulheres, por isso é importante se prevenir, mas também saber identificá-lo para possibilitar maior eficiência no diagnóstico e no tratamento.
“Os principais sintomas do câncer na mulher são sangramento vaginal, dor abdominal ou pélvica constantes, corrimento fétido, constipação, perda de peso e ardência ou coceira na área genital. Ter um ou mais destes sintomas não significa que você tenha câncer, mas a única maneira de saber o que está causando estes problemas é consultar um médico para avaliação, incluindo a realização de exames de imagem”, alerta o radiologista e sócio da Clinica CSI, João Rafael Carneiro, especialista em diagnóstico da saúde da mulher.
O câncer ginecológico acomete principalmente seis estruturas: colo do útero, endométrio (tecido que reveste a cavidade do útero), miométrio (musculatura da parede uterina), ovário, vulva e vagina. A avaliação diagnóstica se inicia no exame clínico durante a consulta ginecológica, com a realização de procedimentos como a vulvoscopia e colposcopia com coleta de material para análise citológica (“exame preventivo”), exames laboratoriais, tendo grande apoio dos exames de imagem que ajudam na elucidação diagnóstica e na avaliação da extensão tumoral.
Os exames de imagem passam principalmente por ultrassonografia e ressonância magnética, podendo a tomografia computadorizada ser indicada para avaliação da extensão extra-pélvica.
De acordo com o Dr. João Rafael Carneiro, a avaliação ginecológica anual mantém o rastreamento regular de possíveis alterações, favorecendo ao diagnóstico precoce. “Quando falamos de câncer ginecológico, as mulheres precisam adotar uma postura ativa perante a própria saúde. Nós sempre salientamos a importância das consultas periódicas e a realização de exames para a detecção de qualquer tipo de doença, e com os cânceres ginecológicos não é diferente. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais chances do tratamento ser eficaz. Os exames de imagem vêm melhorando muito ao longo dos anos no que tange a diagnósticos cada vez mais precoces e definição do estadiamento tumoral. Vale a pena salientar a importância de eleger o profissional médico especializado que realizará os seus exames, afinal os procedimentos diagnósticos são técnicos dependentes, finaliza.
Tipos de câncer ginecológico
Conheça abaixo os tipos de câncer ginecológico:
Câncer de colo de útero – No Brasil, o câncer de colo de útero é uma das maiores causas de morte, apesar da maior facilidade na detecção e prevenção. A infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV) é um dos principais fatores para o desenvolvimento da doença.
Câncer de ovário – Já o câncer de ovário é mais difícil de ser diagnosticado e possui menor chance de cura, pois em 75% dos casos ele é descoberto em estado avançado. Entre os fatores de risco, considera-se ter idade superior a 40 anos, histórico familiar, não ter tido filhos, além do uso contínuo de anticoncepcionais ou reposição hormonal (principalmente sem acompanhamento médico adequado).
Câncer de endométrio/miométrio – O câncer de endométrio é ocasionado, em boa parte dos casos, pela longa exposição ao hormônio estrogênio, produzido pelo próprio corpo ou recebido por terapia hormonal. Outros fatores incluem menstruação precoce, menopausa tardia, nunca ter engravidado, idade avançada, terapia hormonal para câncer de mama, histórico familiar de câncer na região do útero e obesidade.
Câncer de vagina – O câncer de vagina é um tumor mais raro, mas a ocorrência pode estar associada ao HPV. Outros fatores de risco incluem histórico de lesões pré-cancerígenas (como neoplasia intraepitelial), antecedente de câncer cervical, pessoas cujas mães fizeram uso do dietilestilbestrol para prevenção de aborto durante a gestação, múltiplos parceiros sexuais, início da atividade sexual em idade precoce, pessoas imunossuprimidas, tabagistas e que estejam acima de 60 anos.
Câncer de vulva – O câncer de vulva também é bastante incomum, mas acomete predominantemente pessoas entre 65 e 70 anos, se apresentando como úlcera ou placa, normalmente se desenvolvendo de maneira lenta durante vários anos. Os fatores de risco ainda são desconhecidos, mas novamente o HPV é uma provável causa. Outros fatores identificados são pessoas imunossuprimidas, com histórico de lesões vulvares pré-cancerígenas ou lesões de pele envolvendo a vulva, pessoas que tiveram câncer cervical prévio, tabagismo e idade avançada.