Somente no último ano estima-se que o mercado de cuidados masculino tenha movimentado 26 bilhões de reais
Foi-se o tempo que os cuidados com a pele e a estética de forma geral era uma preocupação apenas do público feminino. De acordo com pesquisa divulgada pela Euromonitor, no Brasil só entre os anos de 2012 e 2017, o crescimento de investimentos no setor conhecido como “men care”, ou cuidados masculinos, foi de cerca de 70%, o que corresponde a um lucro de quase R$20 bilhões. O cenário do último ano de 2021, onde estima-se que tenha sido movimentado algo em torno de R$26 bilhões, além dos vários indicadores que apontam ser esse um mercado em ascensão, é o que tem chamado a atenção de novos empresários para investir nessa área.
“Surfando nessa onda”, além da busca por suprir uma necessidade da qual ele mesmo sentia carência, foram as grandes motivações que fizeram com o que o empresário Orlando Oliveira (37) tivesse a ideia de fundar a ELE CARE, um Centro de Saúde e Estética dedicado ao público masculino. Apesar de não ser algo tão novo assim, os homens estarem mais atentos aos cuidados com a aparência e preocupados com o bem-estar e saúde de forma geral, o empresário notou que ainda há uma deficiência no mercado, pois os locais que costumam prestar esse tipo de serviço acabam sendo ambientes totalmente femininos.
“Ainda existe um certo tabu de uma parte da população masculina em achar que a vaidade, o cuidado, é algo que só as mulheres têm que se preocupar. Mas há ainda um outro problema, pois mesmo aqueles que têm interesse em aderir a estes cuidados, acabam não se sentido à vontade ou não encontrarem o que procuram, em centros que são pensados desde a decoração, até a forma de atendimento, para receber o público feminino. Eu digo isso, por experiência própria, pois este sempre foi o cenário com o qual eu me deparei quando buscava esta prestação de serviços”, explica o empresário.
Formado em Economia e com MBA em Gestão Empresarial, Orlando tem mais de 20 anos de experiência atuando em multinacionais do setor de consumo e varejo, chegando inclusive a trabalhar no segmento de estética e harmonização facial e após amadurecer a ideia do novo negócio, tem se dedicado a isso. O empreendedor ainda tem ao seu lado como sócia e fundadora a esposa Pamela Lima (33), uma administradora com experiências nos mercados de trading e de joias (dentro de canais de venda direta e e-commerce) e outros dois sócios cofundadores: o advogado Paulo Lima (37) e a educadora física e fisioterapeuta Helena Amorim (33).
A ELE CARE praticamente já nasceu com duas unidades, sendo uma em Brasília que foi a primeira a se estabilizar e a outra em São Paulo, que apesar de já estar operando a cerca de 90 dias, teve a sua inauguração oficial no último final de semana. A Clínica oferece tratamentos faciais, corporais, além de outros tratamentos como terapia capilar, depilação a laser, acompanhamento nutricional especializado e educação física orientada. Mas além dos serviços oferecidos, o grande diferencial é a preocupação em deixar o público masculino mais ambientado possível.
“Temos um ambiente completamente descontraído com mesa de sinuca, fliperama, cervejeira, além de ofertar também chás, água, proteínas e frutas. Na primeira visita geralmente temos dois procedimentos de cortesia, um peeling de diamante e uma massagem relaxante. A ideia é fazer com que os nossos clientes sintam a experiência ELE CARE”, afirma Pamela Lima que tem sido a administradora da unidade da Vila Olimpia, em São Paulo.
Para iniciar as suas operações, a ELE CARE contou com um investimento inicial de 700 mil que foi utilizado para a estruturação comercial da marca e das duas unidades, originado de recursos próprios dos quatro sócios. E tendo uma meta ambiciosa de ter 10 unidades abertas em dois anos, os empresários buscam investidores que tenham sinergia com a marca e que também acreditem no potencial deste mercado em ascensão. Orlando reforça que em 90 dias de operação foram mais de 600 atendimentos realizados e 300 serviços executados, sendo que isso representa quase 10% do retorno do investimento feito.
“Temos uma média de 15 agendamentos por dia, com 60% de taxa de comparecimento e 30% de conversão, tendo nesse período um ticket médio de R$ 1.400”.
E em relação aos planos de expansão da marca Orlando explica:
“Nós estimamos que a cada duas lojas abertas, entre 9 e 12 meses conseguimos abrir uma nova loja financiada pelas duas primeiras. Esse valor só não considera os custos de estruturação das áreas de backoffice. Outro cenário que também não descartamos é a expansão através de franquias, uma vez que o nosso negócio foi estruturado e formatado para uma padronização completa”.