Até o dia 16 de outubro, a população carioca terá a oportunidade de conferir quase 200 filmes nacionais e internacionais selecionados para o Festival do Rio, que começa hoje (6), na sua 24ª edição. A noite de abertura será na tradicional casa do festival, o Cine Odeon, na Cinelândia, no centro da cidade, com direito a tapete vermelho para as estrelas que comparecerão ao evento.
O filme escolhido para a abertura do festival é Império da Luz, do diretor Sam Mendes, responsável por longas como 007: Operação Skyfall, 1917 e o ganhador do Oscar Beleza Americana. Império da Luz conta no elenco com nomes como Olivia Colman, vencedora do Oscar de Melhor Atriz por A Favorita, e Colin Firth, Oscar de Melhor Ator com O discurso do rei. O filme tem previsão de estreia no exterior para 9 de dezembro, mas ainda não há data de lançamento no Brasil.
A diretora executiva de programação do Festival do Rio, Ilda Santiago, destaca que o filme retrata a história das relações humanas com a magia do cinema, sendo marcante neste momento de retomada do setor audiovisual, após os piores momentos da pandemia de covid-19.
“É muito simbólico, após anos tão difíceis para toda a indústria do audiovisual do Brasil, abrir o Festival do Rio com um filme que é uma homenagem, uma história que fala daquilo que nos move, do nosso amor pelo cinema”.
A sessão de abertura, às 20h, é somente para convidados, mas haverá uma exibição com ingresso gratuito às 23h45, no mesmo local.
Lançamentos e homenagens
O Festival do Rio traz pré-lançamentos, filmes comentados no meio, raridades, produções estrangeiras exibidas nos principais festivais do mundo, filmes brasileiros que concorrem ao Troféu Redentor, sessões especiais e homenagens, além do RioMarket, feira de negócios para os profissionais do audiovisual.
O evento ocorre em diversos espaços da cidade, como as salas do Circuito Estação NET e o Kinoplex São Luiz, além do Cine Odeon. O público terá acesso, ainda, a sessões ao ar livre na Praia de Copacabana. A programação completa pode ser conferida na página do festival. Para Santiago, o retorno às sessões presenciais com uma seleção robusta traz de volta a grandiosidade do festival.
“Em 2022, voltamos ao nosso mês tradicional de realização, em outubro. Neste ano, viremos ainda mais fortes. Estamos felizes em preparar um festival robusto, de volta às nossas grandes edições. Nosso maior orgulho é ser o grande palco do cinema brasileiro com a Première Brasil.”
A seleção internacional traz filmes aguardados como Close, de Lukas Dhont; Noites de Paris, de Mikhaël Hers, com Charlotte Gainsbourg; Argentina, 1985, concorrente do país ao Oscar de Melhor Filme Internacional, de Santiago Mitre, com Ricardo Darín e Peter Lanzani; Sra. Harris Vai a Paris, de Anthony Fabian, com Isabelle Huppert; Call Jane, de Phyllis Nagy; Mali Twist, de Robert Guédiguian; Dalíland: A Vida de Salvador Dalí, da mesma diretora de American Psycho, Mary Harron; e My Policeman, de Michael Grandage, com Harry Styles.
Entre as produções já premiadas em outros festivais, este ano, estão Broker, de Hirokazu Kore-eda, que ganhou o prêmio de Melhor Ator para Song Kang-ho em Cannes; Nanny de Nikyatu Jusu, Grande Prêmio do Júri em Sundance; Holy Spider, de Ali Abbasi, com Zar Amir Ebrahimi, Melhor Atriz em Cannes; EO, de Jerzy Skolimowski, com Sandra Drzymalska e Isabelle Huppert, Prêmio do Júri em Cannes; Decisão de Partir, de Park Chan-wook, Melhor Direção em Cannes; e Revelando Muybridge, de Marc Shaffer, Melhor Roteiro Documental do Writers Guild of America.
Na mostra de terror, a seleção inclui lançamentos e clássicos, como Piggy, de Carlota Pereda; O Menu, de Mark Mylod, com Ralph Fiennes; Halloween Ends, de David Gordon Green; Oldboy, de Park Chan-Wook; e Grito de Horror, de Joe Dante.
Première Brasil
Na mostra competitiva da Première Brasil, o festival criou duas novas categorias no Troféu Redentor: Direção de Arte na Competição Oficial e Melhor Direção na mostra Novos Rumos. Há, ainda, as mostras especiais Hors Concours, Retratos e O Estado das Coisas. Nesta edição, o festival conta com 70 produções nacionais, entre longas e curtas, de novos talentos e realizadores consagrados.
A diretora executiva de programação do Festival, Ilda Santiago, destaca a visibilidade internacional que o evento possibilita para as produções brasileiras.
“A Première Brasil foi criada para ser uma grande janela para o cinema brasileiro. Nos interessa – mais que tudo – tornar nossos filmes acessíveis e conhecidos dentro do Brasil e para todos os públicos. O Festival do Rio também se consolidou como uma importante plataforma para o cinema brasileiro no exterior, projetando nosso prestígio e talento internacionalmente”.
O público pode participar também de debates com equipes dos filmes e votar para escolher o melhor filme de ficção, melhor documentário e melhor curta. O presidente do júri da Première Brasil será o ator Antônio Pitanga, que já estrelou mais de 90 filmes desde a década de 1950.
Entre as homenagens da Première Brasil, estão os 60 anos dos filmes O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, e O Assalto ao Trem Pagador, de Roberto Farias. O diretor Breno Silveira, que faleceu em maio deste ano de infarto fulminante, aos 58 anos, será lembrado com a exibição de Dois Filhos de Francisco ao ar livre, na Praia de Copacabana.
O Festival do Rio foi criado em 1999 e já exibiu mais de sete mil longas, incluindo obras recém-premiadas nos festivais de Cannes, Berlim, Toronto e Veneza, entre outros, sendo uma das principais vitrines da produção brasileira.
Agência Brasil