Segundo Unicef, casos deste tipo têm aumentado cerca de 22% entre brasileiros dessa faixa etária.
Os casos de transtornos alimentares entre adolescentes e crianças têm sido bastante recorrentes em 2022 no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 10% dos jovens estão propícios ao quadro.
Entre os transtornos mais comuns que afligem essa faixa etária estão a bulimia, anorexia, e a compulsão alimentar. Para o psiquiatra, especialista em tratamento das adições, Mateus Freire, diferentes fatores estão causando a crescente desses casos nos adolescentes. Padrões estéticos impostos pela sociedade e questões de saúde mental são algumas das principais causas.
“Os transtornos compulsivos alimentares são alguns dos mais comuns que recebemos na Clinica Elpis, quando se trata da faixa etária de crianças e adolescentes. São diferentes motivos que levam a esses transtornos. Os principais estão ligados aos padrões rígidos de estética, a busca do corpo perfeito e a influência das redes sociais ou até mesmo de colegas da escola. Esses quadros são condições psiquiátricas que causam diferentes danos no cotidiano e na alimentação desses jovens, seja para não comer excessivamente, ou com padrões alimentares restritivos”, observa Freire.
Para o psiquiatra, a chegada das férias escolares também têm influência direta no aumento desses quadros, já que neste período os estudantes acabam passando mais tempo dentro de casa, sem realizar suas atividades cotidianas.
“As situações de transtorno alimentar são reflexos de uma relação conturbada com a alimentação, com o corpo e com o contexto social. Quem enfrenta esses problemas passa por medo, tristeza, angústia, e até culpa por se alimentar. Algumas crianças não estão isentas disso e muitas vezes desenvolvem outros problemas de saúde e outros transtornos mentais”, pontua o especialista.
“O excesso, dessa forma, pode se expressar tanto em episódios de compulsão alimentar quanto no controle exagerado da alimentação, em alguns casos deixando de ingerir os alimentos preferidos, ou até negando que estão com vontade de beber água para afastar o apetite. Caso isso aconteça, é necessário procurar um psicólogo ou psiquiatra. Nessas férias escolares, os pais vão precisar ficar ainda mais atentos com o comportamento e a saúde de seus filhos”, finaliza o psiquiatra.