O próximo dia 18 é marcado pelo Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo. O problema que tem chamado atenção de médicos e psicólogos registrou nos dois últimos anos, um aumento de 25,6% de mortes relacionadas ao consumo excessivo de álcool, segundo dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA)
Considerado uma droga lícita, a bebida alcoólica no Brasil tem superado também a média de consumo mundial, passando na frente de 140 países. Em dados emitidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2014, o país tem atingido taxa superior a 16% da média mundial.
A dúvida do que seria um consumo social ou um quadro de alcoolismo tem preocupado também profissionais da área de saúde mental. Segundo o psiquiatra, especialista em tratamento das adições, Mateus Freire, não é possível configurar se uma pessoa tem tendência ao alcoolismo através da quantidade de bebidas alcoólicas consumidas.
“É preciso se atentar a alguns sinais para saber se está chegando perto de um quadro de alcoolismo. Sinais, como a dificuldade de interromper ou controlar a bebida e desejo constante e intenso pela substância, ajudam no diagnóstico desta dependência do álcool”, revela Freire.
Danos e tratamento
De acordo com informações do relatório “Vigitel Brasil 2006-2020”: tabagismo e consumo abusivo de álcool”, publicado pelo Ministério da Saúde no ano passado, 20,9% dos adultos que participaram da pesquisa relataram consumir quatro ou mais doses de bebidas alcoólicas em um mesmo dia.
Outro ponto alertado pelo médico é acerca dos efeitos que o alcoolismo pode causar. Para o especialista, os danos podem afetar tanto na saúde mental dessas pessoas, quanto em lesões nos órgãos e sistemas do corpo.
“Normalmente as pessoas só procuram um tratamento após desenvolverem graves problemas de saúde, como cirrose, úlcera péptica, déficits cognitivos, entre outros. Porém, um quadro de alcoolismo pode gerar outros tipos de enfermidades mentais e físicas ao ser humano”, comenta Mateus.
“O álcool etílico, substância presente nas bebidas alcoólicas, é tóxica para o sistema e organismo humano. Por isso, a primeira etapa é reconhecer, aceitar a situação e depois pedir ajuda. O alcoolismo não é um simples adoecimento, por isso o tratamento nas clínicas pode ser mais demorado”, ressalta.
O psiquiatra explica também sobre os danos sociais e emocionais causados pelo alcoolismo, para o dependente, sua família e amigos.
“O sofrimento gerado por esta enfermidade atinge a todos, além do paciente. São danos que ultrapassam os problemas de saúde e impactam os familiares e todo o ciclo social do indivíduo. Na Elpis, oferecemos suporte ao paciente e aos familiares, que também enfrentam esse grande desafio”, aponta o especialista.