** Em 2022, pela primeira vez em seis anos, a proporção de pessoas que frequentavam creche/escola/universidade na Bahia (taxa de escolarização) diminuiu em quase todas as faixas etárias;
** O recuo da taxa foi mais forte entre os jovens de 18 a 24 anos, de 33,2% em 2019 para 30,4% em 2022, o que representou menos 87 mil pessoas estudando;
** Entre 2019 e 2022, na Bahia, também houve redução do percentual de pessoas que estudavam num nível adequado à sua idade (taxa de frequência escolar líquida), um indicativo de atraso escolar. Isso ocorreu tanto entre as crianças de 6 a 14 anos quanto entre os jovens de 18 a 24 anos;
** Assim, no ano passado, a Bahia tinha a menor proporção de jovens de 18 a 24 anos cursando a universidade (15,0%) e o 2º menor percentual de pessoas de 25 anos ou mais de idade com Ensino Superior no país (11,9%);
** Em 2022, a média de anos de estudo (8,6) seguiu avançando na Bahia, mas não chegava ao Fundamental completo, e 54,3% dos adultos no estado não tinham concluído o Ensino Básico (Fundamental e Médio);
** Mesmo com a pandemia, em 2022, na Bahia, o número de analfabetos teve a primeira queda; e a taxa de analfabetismo, o primeiro recuo significativo em seis anos;
** Em 2022, na Bahia, 1 em cada 4 pessoas de 15 a 29 anos (25,1%) não estudava nem trabalhava – proporção que praticamente não mudou frente a 2019;
** Essas e outras informações constam do módulo de Educação, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), investigado sempre nos segundos trimestres de cada ano;
** Em virtude da pandemia de COVID-19, entre o 2o trimestre de 2020 e o final do 2o trimestre de 2021, as entrevistas da PNADC foram feitas exclusivamente por telefone, o que gerou impactos na coleta dos dados e uma redução considerável na taxa de aproveitamento da amostra. Além disso, nesse período, foi mantida a coleta apenas dos indicadores básicos, suspendendo-se, por exemplo, a aplicação do bloco de perguntas sobre educação profissional, como forma de reduzir a carga das entrevistas. Por esses motivos, não foram divulgados os resultados do suplemento anual de Educação referente a esses dois anos (2020 e 2021).
Após os dois anos mais agudos da pandemia de COVID-19 (2020 e 2021), em 2022, na Bahia, a proporção de pessoas que frequentavam creche/escola/universidade (taxa de escolarização) se reduziu em quase todas as faixas etárias.
Além disso, de 2019 para 2022, a proporção da pessoas que frequentavam o nível de ensino adequado à sua idade (taxa de frequência escolar líquida, um indicativo de atraso escolar) também diminuiu em quase todos os grupos de idade.
Por outro lado, mesmo com a pandemia, em 2022, o número de pessoas analfabetas caiu pela primeira vez na Bahia, e a taxa de analfabetismo teve o primeiro recuo estatisticamente significativo em seis anos, desde o início da série histórica dos dados de educação na PNADC, em 2016.
Além disso, a média de anos de estudo seguiu avançando e aumentou o percentual de adultos que haviam concluído pelo menos o Ensino Básico (Fundamental e Médio).
Em 2022, pela primeira vez em seis anos, a proporção de pessoas que frequentavam creche/escola/universidade na Bahia, medida pela taxa de escolarização, diminuiu em quase todas as faixas etárias, exceto na de 15 a 17 anos, mostrando variação negativa inclusive entre as crianças de 6 a 14 anos.
O recuo da taxa foi mais forte entre os jovens de 18 a 24 anos, de 33,2% em 2019 para 30,4% em 2022 (-2,8 pontos percentuais), o que representou menos 87 mil pessoas estudando nessa faixa etária, onde, em princípio, se estaria cursando o ensino universitário.
A segunda redução mais intensa ocorreu na taxa de escolarização das pessoas de 4 a 5 anos, de 95,6% para 94,2%, entre 2019 e 2022. Nesse grupo etário, apesar de a população total ter crescido em 6 mil pessoas nesse intervalo de tempo, o número de crianças na pré-escola manteve-se estável.
A proporção dos que frequentavam escola, na Bahia, só aumentou entre os adolescentes de 15 a 17 anos, de 89,6% em 2019 para 92,3% em 2022. E isso porque o número de estudantes nessa faixa etária caiu menos do que a população total (-16 mil frente a -41 mil, respectivamente), e não porque houve de fato aumento absoluto no contingente que estudava.
Assim, entre 2019 e 2022, na Bahia, depois de se manter por quatro anos relativamente estável, a proporção de pessoas frequentando algum estabelecimento de ensino (independentemente da idade) recuou de 29,6% para 27,9%, ou de 4,388 milhões para 4,183 milhões, o que representou menos 205 mil estudantes no período.
No Brasil como um todo, a taxa de escolarização também variou negativamente entre 2019 (27,9%) e 2022 (27,2%), mas numa intensidade menor do que na Bahia. Houve recuos em 20 das 27 unidades da Federação, e a redução baiana foi a 7a maior. No ano passado, no país, frequentavam a escola 36,0% das crianças de 0 a 3 anos; 91,5% na faixa de 4 a 5 anos; 99,4% das crianças de 6 a 14 anos; 92,2% dos adolescentes de 15 a 17 anos; e 30,4% dos jovens de 18 a 24 anos.
Com o objetivo de estabelecer metas, estratégias e diretrizes para a política educacional brasileira e promover avanços educacionais no país, foi instituído em 2014 o Plano Nacional de Educação (PNE), pela lei no 13.005. Ele estabelece como metas que no mínimo 50% das crianças de 0 a 3 anos frequentem creche até 2024 e que, desde 2016, deveria ter sido atingida a universalização do ensino para as pessoas nas faixas de 4 a 5; 6 a 14; e 15 a 17 anos de idade.
BA tem menor proporção de jovens de 18 a 24 anos na universidade (15,0%) e 2o menor percentual de adultos com ensino superior no país (11,9%)
Entre 2019 e 2022, na Bahia, além de a proporção de estudantes ter diminuído, também houve redução do percentual de pessoas que estudavam num nível adequado à sua idade, ou seja, da taxa de frequência escolar líquida, que dá um indicativo de atraso escolar. Isso ocorreu tanto entre as crianças de 6 a 14 anos quanto entre os jovens de 18 a 24 anos.
No ano passado, enquanto 99,4% das crianças de 6 a 14 anos frequentavam a escola, 94,3% estavam no Ensino Fundamental. Isso significa dizer que 5,2% dos estudantes dessa faixa etária, ou 99 mil em números absolutos, ainda não haviam chegado ao nível de ensino adequado à sua idade – estavam, portanto, atrasados.
Além de ter sido a menor taxa de frequência escolar líquida para esse grupo etário nos últimos seis anos, no estado (2,4 pontos percentuais abaixo da registrada em 2019, 96,7%, a maior da série), o indicador de 2022 também ficou pela primeira vez abaixo da meta estabelecida pelo PNE, que é de 95,0% das pessoas de 6 a 14 anos cursando o Ensino Fundamental, até 2024.
O movimento de queda na adequação idade/nível cursado foi puxado pelos estudantes mais jovens, de 6 a 10 anos, que deveriam estar nos anos iniciais do Fundamental. O percentual dentre eles que estavam ajustados caiu de 95,3% em 2019 para 90,4% em 2022, indicando um potencial atraso na entrada nesse ciclo escolar.
Já entre as crianças um pouco mais velhas, de 11 a 14 anos, a taxa ajustada, embora historicamente menor, seguiu avançando, de 81,2% para 84,1%, entre 2019 e 2022.
Também aumentou a proporção de pessoas de 15 a 17 anos que estavam cursando o Ensino Médio, de 56,8% em 2019 para 64,6%. Ainda assim, 203 mil adolescentes que estudavam ainda não tinham chegado a esse nível de ensino adequado à sua idade – o que representava 3 em cada 10 alunos nessa faixa etária (30,1%) atrasados.
A meta 3 do PNE estabelece que a taxa de frequência escolar líquida no Ensino Médio seja elevada para 85,0% até o final da vigência do plano, em 2024.
Já entre os jovens baianos de 18 a 24 anos, enquanto 30,4% estudavam, só metade (15,0%) estavam no Ensino Superior, o que significa dizer que 50,7% estavam em etapas anteriores do ciclo escolar (249 mil atrasados, em números absolutos).
Frente a 2019 (quando era de 16,0%), a taxa de frequência escolar líquida nesse grupo de idade recuou e se tornou a mais baixa do país, ou seja, em 2022, a Bahia tinha, entre os estados, a menor proporção de pessoas de 18 a 24 anos que frequentavam ou já tinham concluído a universidade (15,0%).
A meta 12 do PNE estabelece que a taxa de frequência escolar líquida no Ensino Superior, para pessoas de 18 a 24 anos, seja de 33,0% até 2024. No Brasil como um todo, ela estava em 25,0%, em 2022, sendo mais elevada no Distrito Federal (44,3%), em São Paulo (30,8%) e no Paraná (29,8%).
Na Bahia, as desigualdades da frequência à universidade pelas pessoas de 18 a 24 anos são maiores por cor ou raça do que por sexo.
Entre as mulheres nessa idade, 16,9% estavam na universidade, frente a 13,2% dos homens. Já entre as pessoas de 18 a 24 anos que se declaram brancas (independentemente do sexo de nascimento), a proporção de estudantes universitários era de 21,8%, frente a 13,7% entre quem se declara preto ou pardo.
Um dos reflexos do atraso e eventual abandono escolar precoce na Bahia se percebe no nível de instrução das pessoas de 25 anos ou mais de idade (qual foi o curso mais elevado que concluíram). Em 2022, o estado tinha a segunda menor proporção de adultos com Ensino Superior completo no país: 11,9%, acima apenas da registrada no Maranhão (11,4%).
No Brasil como um todo, 19,2% das pessoas de 25 anos ou mais de idade haviam concluído uma universidade, percentagem que chegava a 37,0% no Distrito Federal, 25,0% em São Paulo e 24,2% no Rio de Janeiro.
Na Bahia, em 2022, a proporção de pessoas com Ensino Superior completo seguiu bem maior entre as mulheres (14,3%) do que entre os homens (8,7%) e entre as pessoas de cor branca (16,3%) do que entre as de cor preta ou parda (10,9%).
Média de anos de estudo (8,6) segue avançando na BA, mas não chega ao Fundamental completo, e 54,3% dos adultos não concluíram o Ensino Básico
Além de apresentar um dos mais baixos percentuais de pessoas de 25 anos ou mais de idade com Ensino Superior completo do país (11,9%), a Bahia tinha, em 2022, mais da metade dessa população adulta sem concluir nem o Ensino Básico obrigatório por lei, que engloba os níveis Fundamental e Médio.
Essa era a realidade de 54,3% das pessoas de 25 anos ou mais de idade no estado (5,141 milhões em números absolutos). O percentual, embora tenha se reduzido frente a 2019 (quando era de 58,1%), era o 9º mais elevado entre as 27 unidades da Federação e estava acima do registrado no Brasil como um todo (46,8%).
A média de anos de estudo seguiu avançando na Bahia, entre 2019 e 2022, passando de 8,2 para 8,6. Ainda assim, era, no ano passado, a 5ª mais baixa dentre os estados (empatada com as de Ceará e Sergipe) e não chegava a representar o Ensino Fundamental completo – o que significaria ter 9 anos de estudo.
Não havia, na Bahia, diferença significativa entre as médias de anos de estudo das pessoas declaradas brancas (8,7) e pretas ou pardas (8,6). Já as mulheres tinham uma vantagem maior em relação aos homens e chegavam a apresentar, em 2022, 9,1 anos de estudo (frente a 8,1 deles).
No Brasil como um todo, a média de anos de estudo passou de 9,6 em 2019 para 9,9 em 2022. Era maior no Distrito Federal (11,9), Rio de Janeiro (11,0) e em São Paulo (10,9); e menor na Paraíba (8,1), Piauí (8,1), Alagoas (8,3) e Maranhão (8,4).
Mesmo com pandemia, em 2022, na Bahia, no de analfabetos teve primeira queda; e taxa de analfabetismo, o primeiro recuo significativo em seis anos
A despeito dos impactos negativos da pandemia na educação, em 2022 o número de analfabetos caiu na Bahia e a taxa de analfabetismo no estado recuou de forma estatisticamente significativa pela primeira vez, nos seis anos de série da PNADC.
No ano passado, na Bahia, 1,214 milhão de pessoas de 15 anos ou mais de idade não sabiam ler nem escrever um bilhete simples. Frente a 2019, quando eram 1,387 milhão, houve uma redução de 12,5% no número de analfabetos, o que representou menos 173 mil pessoas nessa condição, no período.
O recuo absoluto do total de analfabetos no estado (-173 mil) foi o maior do país, e o primeiro em seis anos, desde 2016. Ainda assim, a Bahia manteve o maior número de pessoas de 15 anos ou mais de idade que não sabem ler nem escrever, posto que ocupa ao longo de toda a série histórica da PNADC.
A taxa de analfabetismo na Bahia ficou em 10,3%, em 2022, frente a 12,0% em 2019. Era a 9a mais elevada do país (melhorando uma posição frente ao 8o lugar de 2019), num ranking liderado por Piauí (14,8%), Alagoas (14,4%) e Paraíba (13,6%).
Em 2022, a taxa de analfabetismo baiana (10,3%) equivalia a cerca de cinco vezes as verificadas nas unidades da Federação com menores percentuais de população sem saber ler nem escrever: Distrito Federal (1,9%), Rio de Janeiro (2,1%), Santa Catarina e São Paulo (2,2%, cada um).
No Brasil como um todo, no ano passado, 9,560 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade eram analfabetas, o que equivalia a uma taxa de analfabetismo de 5,6%. Em 2019, antes da pandemia, esse indicador era de 6,1%.
O Plano Nacional de Educação (PNE) determina, em sua meta 9, que a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos fosse de 6,5%, em 2015 – objetivo ainda não atingido, em 2022, por 12 dos 27 estados, todos eles das regiões Norte e Nordeste. A lei estabelece ainda que o analfabetismo seja erradicado no país até 2024.
Na Bahia, entre 2019 e 2022, a taxa de analfabetismo caiu mais justamente nos grupos populacionais em que era maior: idosos de 60 anos ou mais de idade e pessoas que se declaram de cor parda ou preta.
Entre os idosos, o percentual de analfabetos recuou de 36,7% para 30,0%, mantendo-se, ainda assim, o triplo da média do estado, com 3 em cada 10 pessoas de 60 anos ou mais de idade sem saber ler nem escrever.
Entre as pessoas que se declaravam de cor parda ou preta, a taxa recuou de 12,5% para 10,3%, ficando igual à das pessoas de cor branca pela primeira vez nos seis anos de série histórica da PNADC Educação.
Em 2022, na Bahia, 1 em cada 4 pessoas de 15 a 29 anos (25,1%) não estudava nem trabalhava – proporção praticamente não mudou frente a 2019
Na Bahia, em 2022, 1 em cada 4 pessoas de 15 a 29 anos de idade não estudava nem estava ocupada em trabalho remunerado, situação em que viviam 25,1% da população nesse grupo etário, ou 886 mil pessoas em números absolutos.
Essa proporção praticamente não se alterou frente ao registrado no pré-pandemia, em 2019, quando 26,1% das pessoas de 15 a 29 anos não trabalhavam nem estudavam (951 mil naquele ano).
O percentual baiano, em 2022, era maior do que o do país como um todo (22,4%) e o 10º entre os 27 estados – piorando duas posições nesse ranking, frente ao 12º lugar que ocupava em 2019. Maranhão (30,9%) Alagoas (30,5%) e Paraíba (29,9%) lideravam nesse indicador, enquanto os menores percentuais estavam em Santa Catarina (10,6%), Rio Grande do Sul (13,9%) e Distrito Federal (14,3%).
Na Bahia, a percentagem de pessoas de 15 a 29 anos que não estudavam nem tinham trabalho remunerado se manteve maior entre os pretos ou pardos (26,0%) do que entre quem se declarava branco (21,6%) e muito maior entre as mulheres (32,3%) do que entre os homens (18,5%).