O Distrito Cultural do Centro Histórico e Comércio foi lançado há dois meses como uma iniciativa da Prefeitura de Salvador, gerida pela Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), para dar à região uma atenção especial e já apresenta resultados positivos para artistas, moradores e trabalhadores. De lá pra cá, a cena cultural e turística do Distrito, que engloba as regiões da Gamboa, Comércio, Barroquinha, Pelourinho e Santo Antônio Além do Carmo, recebeu avanços consideráveis, como o apoio ao Balé Folclórico da Bahia, companhia de dança tradicional e contemporânea da Bahia, e a realização do São João do Centro Histórico.
Funcionando como uma zona administrativa de cultura, turismo, assistência social, zeladoria e ordenamento público, o Distrito, que tem uma Prefeitura-Bairro exclusiva, consegue ter uma gestão mais localizada e atenta às necessidades individuais da região. Para o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, em dois meses, o saldo é positivo. “Começamos com o pé direito na construção dessa nova realidade que é o Distrito Cultural do Centro Histórico de Salvador. Já conseguimos fazer ações com resultados extremamente práticos e positivos, o que demonstra que estamos no caminho certo”, destacou.
Para a garçonete do restaurante Cantina da Lua Miriam Rodrigues, 42, a realização do São João no Centro Histórico de Salvador também é motivo de comemoração. “Eu amo São João, poderia ser todos os dias. É lindo vir trabalhar, ver essa decoração linda e ainda conseguir curtir um pouquinho da programação. Deu para fazer um programa com a família, trouxe meus dois filhos para curtir”, afirmou.
Durante os 25 dias de festa no São João o Centro Histórico, a ênfase foi fortalecer os comerciantes e artistas da região, além de promover atividades familiares, com espaços para lazer infantil, como o “Terreiro das Brincadeiras” e diversas atrações musicais no entorno do Pelourinho e Santo Antônio Além do Carmo.
Segurança – A pintora corporal Bárbara Jackson, 29, mora e trabalha no Pelourinho. No início do mês ela participou da capacitação realizada por meio do projeto Sou Salvador, parceria da Secult com as secretarias municipais de Ordem Pública (Semop) e de Desenvolvimento, Emprego e Renda (Semdec). Para ela, o reforço na segurança impacta diretamente na expressão cultural, que é o seu trabalho. “Os turistas, que são os maiores públicos da pintura corporal, ficam mais à vontade quando veem as viaturas e os guardas municipais. A criação do Distrito tem melhorado a segurança do Pelourinho e o nosso trabalho”, destacou.
Desde a criação do Distrito Cultural, no dia 27 de abril, a segurança na região foi impactada positivamente. A transferência da diretoria-geral da Guarda Civil Municipal (GCM) para o Centro Histórico e o aumento de mais de 100 agentes na região, além das 10 unidades de módulos e de viaturas da Guarda, que atuam junto ao Grupamento de Apoio ao Turista (GAT), refletem no bem-estar dos comerciantes, moradores e turistas.
O apoio inédito ao Balé Folclórico tem permitido a realização de apresentações três vezes na semana, nas segundas, quartas e sextas no Teatro Miguel Santana, no Pelourinho. O diretor-geral do Balé, Vavá Botelho, conta que o patrocínio veio “em um momento muito importante” e necessário para o Balé Folclórico da Bahia. “Vamos poder dar continuidade aos nossos projetos artísticos, culturais e sociais, principalmente, como as oficinas de dança gratuitas e projetos como o Balé Júnior”. Mais de 200 trabalhadores ligados ao Balé, dentre bailarinos, músicos e produtores culturais têm sido impactados com a iniciativa.
Dentre as ações previstas para serem impulsionadas pelo Distrito, o calendário turístico de Salvador e a programação cultural anual estão em sua fase final de elaboração. O projeto do DC do Centro Histórico e Comércio foi feito em meio a diálogos com comerciantes, ambulantes e lideranças das regiões, como a Associação do Centro Histórico Empreendedor (Ache), a fim de estabelecer metas comuns. As ações do Distrito também envolvem a mobilidade. O horário de funcionamento do Elevador Lacerda foi ampliado, passando a funcionar de domingo a quarta-feira, até as 22h, e de quinta a sábado, até 0h.
Texto e foto: Ascom Secult