Um recente estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition indicou que alimentos ultraprocessados podem aumentar o risco de mortalidade entre as pessoas com diabetes tipo 2. Os pesquisadores descobriram que aqueles que comiam quantidades maiores de alimentos ultraprocessados estavam em maior risco de mortalidade por todas as causas, entre elas por doença cardiovascular.
De acordo com a nutróloga, Dra. Hilloa Rodrigues, algumas razões explicam o fato dos alimentos ultraprocessados serem tão ruins para pessoas com diabetes tipo 2. Eles são carregados com açúcar e possuem menos fibras, o que leva a rápidos picos de glicose.
“Os ingredientes principais desse tipo de alimentos fazem com que, frequentemente, eles tenham baixa qualidade nutricional, alta densidade energética, elevada quantidade de gordura, açúcar e sódio, além de serem feitos com poucas quantidades de alimentos in natura ou minimamente processados”, explica.
Normalmente, são formulações industriais com muitos aditivos químicos como conservantes, estabilizantes, corantes, edulcorantes e aromatizantes. “Com isso, temos um alto teor de sódio, por conta da adição de grandes quantidades de sal, necessárias para estender a duração e intensificar o sabor, ou mesmo para encobrir sabores indesejáveis, derivados dos aditivos ou de substâncias geradas pelas técnicas envolvidas no ultraprocessamento”, ressalta.
A especialista observa que a relação entre esses alimentos e as doenças crônicas é direta. O excesso de açúcar pode estar relacionado ao surgimento do diabetes, enquanto o excesso de sal pode ser relacionado à hipertensão. Já o excesso de calorias ao surgimento da obesidade. “E daí em diante. O alto índice de doenças crônicas, bastante associado a uma alimentação não saudável, preocupa principalmente porque antes elas eram mais recorrentes entre pessoas com idade mais avançada e atualmente muitos desses problemas atingem adultos jovens e até mesmo adolescentes e crianças”, alerta.
Com características como baixo custo, alta disponibilidade, fácil acesso e tempo de prateleira prolongado, os alimentos ultraprocessados estão presentes na casa de muitos brasileiros.
“De modo geral, os alimentos ultraprocessados tendem a ser muito pobres em fibras, que são essenciais para a prevenção de doenças do coração, diabetes e vários tipos de câncer. Eles também são pobres em vitaminas, minerais e outras substâncias importantes para a proteção e o bom funcionamento do organismo”, diz.
A nutróloga também ressalta que as propriedades viciantes desses alimentos, em muitos casos, tornam a sua substituição ainda mais desafiadora, o que pode tornar o gerenciamento do diabetes ainda mais difícil.
Confira alguns ingredientes que são indicativos de alimentos ultraprocessados:
– Açúcares adicionados (como dextrose ou xarope de milho com alto teor de frutose)
– Adoçantes artificiais
– Aromatizantes artificiais
– Óleo hidrogenado
– Conservantes
Quanto mais alto o teor desses ingredientes na lista, mais eles estão presentes no produto.