Em conexão com a missão do Projeto Tamar de salvamento de tartarugas marinhas, a instalação A Arte Salva será aberta nesta quinta-feira (21) no Centro de Visitação do Projeto Tamar, em Praia do Forte, como parte da programação de setembro do TAMAR Cultural, projeto de dinamização dos espaços do Projeto Tamar no Brasil. A mostra é assinada pelo artista paulistano reconhecido internacionalmente pelas suas grandiosas intervenções urbanas que chamam atenção para questões ambientais e políticas, Eduardo Srur, e vai até 22 de outubro, com entrada gratuita. Nos dias 22 e 23 de setembro, às 16h, o artista conduzirá sessões da oficina de transformação do plástico A Arte Salva junto com a Recicla Sul Bahia, articuladora de projetos sustentáveis, para participantes com idade a partir de 13 anos por ordem de chegada.
Entre outros materiais, a exposição utiliza redes fantasma coletadas do mar, que representam hoje uma das maiores ameaças à vida das tartarugas marinhas no Brasil, uma vez que as espécies são capturadas por esse artefato abandonado de pesca e acabam morrendo sem conseguir se soltar. Também integram a mostra boias salva-vidas originais de uma obra colaborativa realizada em Brasília, em 2011, quando dezenas de pessoas lançaram 360 unidades no espelho d’água em frente ao parlamento, propondo o resgate da consciência cívica e da percepção humana. A instalação conta com áudio-guia, tornando-a mais acessível e ampliando a compreensão para todos os visitantes. A abertura acontece na data de início da Primavera e no Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência.
“A exposição se ampara no campo da arte para resgatar os valores da sociedade, a responsabilidade das instituições e o dever de cada pessoa. Penso que o papel da arte é resgatar a consciência do público para questões importantes. O Tamar cumpre essa missão no campo ambiental. Ou seja, são projetos que atuam em áreas diferentes, mas na essência se relacionam”, comenta o artista Eduardo Srur.
A terceira edição do TAMAR Cultural acontece via Lei de Incentivo à Cultura com patrocínio da Braskem e da Unigel, realização da Trevo Produções, Projeto Tamar, Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução.
Oficina A Arte Salva – Na oficina, os participantes aprenderão a transformar o plástico reciclado em objetos diversos, como pequenas réplicas das boias da exposição “A Arte Salva” e outros, com o uso de maquinário específico e também com estruturas mais simples disponíveis em suas próprias casas, como forno e tesoura, mostrando na prática como podem ser reciclados e reutilizados os objetos plásticos que são descartados. A atividade é um convite à reflexão sobre a utilidade do plástico quando descartado de forma apropriada. Os novos objetos criados funcionarão como uma lembrança da experiência e da mostra.
“A oficina consiste em ressignificar o plástico que é um material descartado com muita facilidade. Penso que a arte deve promover uma experiência ampla e social com o público. As crianças, por exemplo, não podem crescer com a percepção de que é normal conviver com lixo nas praias. Qual paisagem que queremos deixar para elas?”, questiona Srur.
Ele conta que projeto da oficina nasceu em Porto Alegre em parceria com o Museu de Arte Contemporânea em uma iniciativa chamada “Semente de Plástico”, que consistia em ensinar jovens da periferia a trabalhar com o plástico descartado em cooperativas de reciclagem. “Fui convidado para conhecer o grupo de trabalho e trocar experiências na prática artística e sustentável. Desse encontro, surgiram as primeiras peças em miniatura da “Arte Salva” produzidas com plástico reciclável”.
Sobre o artista – Eduardo Srur é voz ativa no debate sobre os limites e desdobramentos da arte contemporânea para além do circuito de museus e galerias. Para promover reflexão sobre o cotidiano nas grandes metrópoles, o artista independente torna a arte acessível para todos na rua, em ambientes como pontes, viadutos, rios poluídos, represas e parques públicos.
Dono de um acervo que inclui séries de pinturas, esculturas, fotografias, aquarelas e gravuras, Srur está à frente da Attack Intervenções Urbanas, empresa especializada na concepção e produção de projetos especiais no espaço público que presta suporte para suas intervenções artísticas. Já realizou diversas instalações em grande escala não só na capital paulista, mas em países como Cuba, Argentina, França, Suíça, Holanda, Inglaterra, Alemanha entre outros.
Projeto Tamar – Inaugurado nos anos 80 para proteger as tartarugas marinhas no Brasil, o Projeto Tamar atua de forma multidisciplinar nas comunidades onde está inserido, promove e incentiva o desenvolvimento de ações que envolvam a participação ativa e responsável da comunidade local por meio de trabalhos ambientais, educacionais e culturais com o objetivo de promover a conservação das tartarugas marinhas, dos mares e oceanos.
Reconhecido internacionalmente como uma das mais bem-sucedidas experiências de conservação marinha do mundo, seu trabalho socioambiental, desenvolvido com as comunidades costeiras, serve de modelo para outros países. O Projeto Tamar promove também atividades voltadas para a valorização da cultura local. Estas ações visam, por um lado, associar a conservação do meio ambiente com as tradições e expressões artísticas locais e por outro, incentivar a formação de capital social nas comunidades litorâneas.
Estas ações estreitam os laços de confiança entre a comunidade e o Projeto Tamar, e podem ser consideradas uma extensão das atividades de educação ambiental. As ações artísticas contribuem para movimentar o cenário cultural, a fim de promover a sensibilização ambiental, valorizar a comunidade e artistas da região, oferecendo opções de lazer à população com atividades culturais de qualidade e aumentando os atrativos aos turistas e visitantes.
SERVIÇO:
TAMAR CULTURAL / Setembro
21/09 a 22/10 – Instalação “A Arte Salva” – Eduardo Srur I Entrada franca
22 e 23/09 – Oficinas “A Arte Salva”
Horário: 16h – Ordem de Chegada
Participantes acima de 13 anos