É necessário reforçar a importância do cuidado com o maior e mais visível órgão do corpo humano entre as pessoas idosas: a pele.
De acordo com a dermatologista Dra. Júlia Ribeiro, a pele é responsável por revestir todo o nosso corpo, atuando como uma eficaz barreira de proteção contra as agressões externas.
“Podemos dizer que ela é uma grande capa de proteção contra fungos, bactérias, produtos químicos, físicos e fatores ambientais, como o sol, por exemplo. Por isso, a pele, como qualquer outro órgão, sofre modificações com o passar do tempo, e essas alterações ocorrem de forma variável em todas as estruturas provocando a aparência envelhecida”, explica a especialista.
O envelhecimento cutâneo se traduz principalmente pela perda da hidratação, diminuição da oleosidade, diminuição da defesa imunológica contra agressores e, além disso, se torna mais frágil. “Ela vai perdendo a capacidade de atuar como barreira protetora. E a partir daí, é necessário adotar medidas simples diárias como limpeza, uso de protetor solar e hidratação, que podem garantir o envelhecimento com uma pele mais saudável”, destaca.
De modo geral, a pele da pessoa idosa apresenta uma menor atividade das glândulas produtoras de sebo e de suor, o que a torna uma pele mais ressecada e desidratada. Além disso, existe uma menor atividade de células produtoras de colágeno e elastina, que são as fibras responsáveis por dar firmeza e sustentação à pele. “Com isso, a pele fica mais fina, mais flácida e com sulcos, e linhas de expressão mais marcadas”, aponta.
A especialista também alerta que uma pele muito fina e ressecada costuma causar coceira, por isso não é incomum que os idosos sofram com esse tipo de problema. “Outra coisa que pode piorar o quadro de secura e coceira é o uso de algumas medicações, o uso inadequado de produtos na pele e o hábito de banhos quentes, demorados e com buchas”.
Entre os cuidados diários da pele envelhecida, a médica recomenda banhos mornos, com sabonetes delicados que não façam tanta espuma, e hidratação com cremes emolientes. “Esses cremes devem ser passados, de preferência, com a pele ainda úmida, logo após o banho. Dependendo da característica de cada um, é possível utilizar hidratantes a base de glicerina, ureia ou mesmo alguns mais sofisticados, que contêm as gorduras normalmente encontradas na pele humana. Isso ajuda a manter a pele hidratada e evita a coceira. Também a torna mais resistente a infecções oportunistas, por diminuir o trauma e, portanto, reduzir microlesões que facilitariam a penetração de agentes infecciosos”, diz.
Atenção ao câncer da pele
A dermatologista também chama atenção para o câncer de pele, já que a diminuição da atividade imunológica, comum na pele do idoso, torna a pele mais suscetível a infecções como micoses e viroses, como a herpes zoster, que é, em geral, uma lesão que surge de repente, sendo muito dolorida e podendo apresentar bolhas ou manchas vermelhas, normalmente apenas de um lado do corpo.
“Além disso, os idosos devem ir à consulta dermatológica ao menos uma vez por ano, pra verificar os sinais, feridas, entre outros, para que fiquem despreocupados em relação à possibilidade de câncer de pele”, conclui.