Por: Eloá Almeida e Ludmila Santana
Na última sexta-feira (17), o Rio de Janeiro recebeu milhares de swifties para presenciar o The Eras Tour, show da cantora americana Taylor Swift. Coincidentemente, a cidade enfrentou o dia mais quente do ano, com sensação térmica de 59,3ºC, a maior temperatura aferida pelo serviço meteorológico da prefeitura. Essas super temperaturas já haviam sido previstas desde o mês de outubro, com a divulgação do relógio do clima projetado no Cristo Redentor, ponto turístico da cidade e mesmo local onde fãs homenagearam a chegada da cantora.
Foto: Rogério Coutinho / TV Globo
A estudante baiana de 21 anos, Carla Juliane, saiu de Salvador no dia 16 de novembro para realizar o sonho de ver a Taylor de perto. O show da jovem estava marcado para o sábado, 18, mas foi adiado quando a fã já estava dentro do estádio, de acordo com a cantora e a empresa responsável, isso aconteceu devido ao calor previsto para o dia. “Foi frustrante, mas entendi o motivo”. Muitos fãs saíram chorando do Estádio Nilton Santos e desesperados em tentar adiar voo e hospedagem até a segunda-feira, 21. No dia anterior, com a onda de calor, inúmeros jovens saíram com queimaduras de segundo grau, mais de mil casos de desmaio e a morte da Anna Benevides.
Foto: Carla Juliane
O choque que Carla levou no sábado, foi o mesmo que muitos receberam, não apenas os fãs da cantora mas também outras pessoas que estavam na cidade maravilhosa. Após a forte onda de calor, a chuva se apropriou da noite carioca e por causa dele, o palco para receber o show de Marisa Monte desabou completamente, fazendo com que as pessoas que estavam presentes, voltassem a suas casas. A chuva veio acompanhada de raios e trovões e, no final da noite, muitos fãs da Taylor Swift agradeceram o cancelamento ao se depararem com um vídeo desses raios caindo sob o estádio que aconteceria o show.
Foto: Nuno Midnights – Twitter (X)
Como uma “lição” dos ocorridos na sexta-feira, os dias seguintes de show no Rio de Janeiro foram mais preparados para receber os fãs, se adaptando às condições climáticas criando pontos de distribuição de água pelo estádio, tirando o chão de ferro e abrindo os tapumes para maior ventilação no espaço mas, as ações foram feitas por causa do acionamento do PROCON e da prefeitura. Além disso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, publicou uma portaria que torna obrigatório o acesso gratuito à água em shows e concertos ao serem expostos em condições de calor intenso, deixando o público acessar o espaço com garrafas de água para uso pessoal, além das ilhas de hidratação, com bebedouros e espaços estratégicos espalhados pelo espaço do evento.
A grande onda de calor presente nesse período na cidade do Rio de Janeiro mas presente em todo o Brasil vem, devido a questões climáticas. O aquecimento global vem evoluindo e crescendo cada vez mais e estamos a sentir a cada mudança de estação, observando em cada parte do planeta. Em decorrência desse superaquecimento, quase cinco vezes mais pessoas morreram de calor, segundo relatório Lancet Countdown. A deputada Erika Hilton vem a algum tempo a aprovação do projeto de Lei “Cidades Resilientes” e, com os ocorridos no Rio, ela conseguiu o apoio do Deputado Tarcisio Motta e conseguiu a aprovação na Câmera Federal e seguirá para o Senado. O projeto visa a estruturação e organização das cidades brasileiras com os efeitos dos eventos de seca, chuva e alagamentos para garantir segurança e bem estar ao povo.