Foi realizada na manhã deste sábado (20) a formatura de 600 estudantes do programa de alfabetização “Sim, Eu Posso!”, fruto da colaboração entre a SEC, a Universidade do Estado da Bahia (UNEB). A cerimônia foi realizada no auditório da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Ao todo, a campanha já alfabetizou 3.200 estudantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em 16 municípios baianos.
A secretária da Educação, Adélia Pinheiro, destacou a importância da parceria entre as instituições. “Somente foi possível essa celebração porque esses três entes, SEC, Uneb e MST, e muitos outros se juntaram e disseram ‘sim’ para o compromisso que nós temos com a nossa população. Hoje são menos 3.200 analfabetos no nosso estado por meio deste programa. Essa ação importante faz parte da nossa luta contra o analfabetismo na Bahia. É um orgulho estar aqui”, afirmou Adélia.A abertura da celebração foi marcada com uma apresentação mística, feita pelos professores da campanha, representando os povos que o “Sim, Eu Posso!” alcançou. Em seguida, foi montada uma mesa com as autoridades presentes. Alguns estudantes leram as primeiras cartas escritas por eles após serem alfabetizados pelo programa. Uma dessas estudantes foi Maria do Socorro da Hora de Jesus, 51 anos, que escreveu uma carta para sua irmã que mora no Rio de Janeiro. “O professor Anderson, que já estava me alfabetizando em casa, me falou sobre esse projeto e me perguntou se eu queria participar e aceitei. O meu sonho sempre foi saber ler e escrever. Depois das aulas do projeto eu fui juntando as letras, depois as palavras e consegui escrever essa carta pra minha irmã”.A vice-reitora da Uneb, Dayse Lago, compartilhou sua visão sobre o significado do programa. “Estar aqui é um momento de muita realização, é uma honra muito grande. Essa campanha não é só aprender um código para ensinar a ler e escrever, é um projeto de dignidade humana, de cidadania. Esse projeto está e precisa continuar articulado em parceria com o que é demandado pela comunidade para funcionar da melhor maneira”, afirmouHeliane Oliveira, da direção nacional do MST na Bahia, falou da sensação de presenciar o resultado do programa. “Para nós do movimento sem terra, esse momento é de muita simbologia e resistência. O Governo do Estado abraçou esse projeto e topou fazer acontecer. Hoje temos esse resultado, não só aqui em Feira de Santana, mas em 16 municípios. Nós podemos afirmar que essa iniciativa é muito importante e para nós está sendo muito satisfatória. O projeto é muito eficaz nessa luta de alfabetização de baianos e baianas”, disse.Durante a formatura, estudantes subiram ao palco para receberem seus certificados das mãos da Secretária da Educação e dos representantes da UNEB e do MST.Manoel Lourenço de Oliveira , 74 anos, que se formou junto com a sua esposa, Marileide Miranda de Oliveira, expressou sua alegria ao receber seu diploma. “Eu estou muito alegre, pois é uma conquista que eu nunca tive na minha vida. Quando eu era pequeno, pedia pro meu pai para ir à escola e ele não deixava. Era muito triste pra mim. Somente depois de adulto que consegui me alfabetizar. Agora eu consigo fazer coisas que não conseguia fazer antes, como ler os nomes nos ônibus, sem precisar perguntar pra ninguém. Eu tô muito feliz”.Também estiveram presentes no evento, a reitora da Uefs, Amali Mussi; a pró-reitora de extensão em exercício da Uneb, Rosana Rodrigues; a coordenadora do “Sim, eu posso!” da Uneb, Maria do Socorro; a diretora do Núcleo Territorial do Portal do Sertão (NTE 19), Celi Paim, a diretora de Educação dos Povos e Comunidades Tradicionais, Poliana Reis; e a representante do Fórum Estadual da Educação do Campo, Vera Carneiro.Sobre o programa – A SEC, em parceria com a UNEB, vem caminhando para a implementação do programa de Alfabetização através do método cubano “Sim, Eu Posso!” que visa alfabetizar jovens, adultos e idosos, contribuindo dessa forma com a erradicação do analfabetismo no estado da Bahia.O programa tem o objetivo de alfabetizar através do Método Sim, Eu Posso! 4.500 jovens, adultos e idosos de áreas periféricas dos municípios Iguaí, Vitória da Conquista, Ribeirão do Largo, Itaetê, Boa Vista do Tupim, Teixeira de Freitas, Eunápolis, Santa Cruz Calábria, Porto Seguro, Wenceslau Guimarães, Igrapiúna, Camamu, Feira de Santana, Santo Amaro, Dias D’Ávila e Paulo Afonso, a partir da implementação de 300 turmas em 11 Territórios de identidade e 16 municípios baianos
Fotos: Amanda Chung