Neste Carnaval de Salvador, até ontem (12) foram retirados da natureza e desviados dos aterros sanitários, mais de 100 toneladas de resíduos sólidos, entre latinhas de alumínio, embalagens plásticas e garrafas PETs. A expectativa da organização era recolher, nos 7 dias de festa, mais de 100 toneladas de materiais recicláveis, nos circuitos Barra-Ondina e centro da cidade. A quantidade de resíduos recolhidos e retirados do meio ambiente até agora é superior ao ano passado.
A iniciativa tem como um dos principais objetivos, a geração de emprego e renda para os trabalhadores da categoria. Nesta edição, mais de 1.100 catadores (as), sendo 650 autônomos e 450 cooperativados, estão sendo beneficiados. Um grupo de costureiras da capital baiana e de cidades do interior também recebe o apoio do projeto. Foram elas quem produziram o fardamento (camisa e calça) e mochilas sustentáveis que os catadores (as) estão usando.
Por ano, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 300 milhões de toneladas de resíduos plásticos são produzidos, no planeta. Desse total, aproximadamente, 8 milhões de toneladas vão parar nos oceanos, colocando em risco à vida marinha e destruindo os ecossistemas naturais. Atualmente, mais de 13 mil pedaços de lixo plástico estão flutuando em cada quilometro quadrado do oceano. Infelizmente, este é um problema que ainda vai levar muitos anos para ser resolvido.
E, por conta disso, cada vez mais é preciso que o cidadão tenha um olhar mais treinado e uma consciência ecológica mais efetiva sobre seu papel para evitar essa poluição.
E foi com essa compreensão, que, há 19 edições, um grupo de catadores de materiais recicláveis ligados às associações e cooperativas de Salvador, se une no projeto Eco Folia Solidária: O Trabalho Descente Preserva o Meio Ambiente, para fazer a diferença, no planeta, durante as festas populares, na capital baiana.
CENTRAIS DE RECOLHIMENTO NO CARNAVAL
Durante o festejo, estão funcionando seis Centrais de Apoio ao Catador(a), quatro dessas montadas na região da Barra, nas ruas Carlos Chiaccio, Marques de Leão e Miguel Burnier, e outras duas, no centro da cidade, na Ladeira da Montanha e no Politeama. Nas centrais, os trabalhadores comercializam os materiais coletados por um preço mais justo e sem a interferência de atravessadores. O quilo da latinha de alumínio está sendo comprada por R$5,00, e o das embalagens de plástico e garrafas PETs R$1,00. Além disso, a cada 30 quilos de plástico e PET vendidos, o catador recebe o valor do quilo e também uma bonificação de R$100, 00, totalizando uma renda extra de R$130,00.
As associações e cooperativas: Cooperguary, Coocreja, Cooperbari, Crun, Cooperes, Canore, Caec, Camapet, Canarecicla, Cooperlix e Cooperbrava com a ONG CAMA, que integram o Fórum Estadual Lixo e Cidadania da Bahia, coordena as ações do Eco Folia. A iniciativa conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia, através da SEADES, SEMA, CAR e da SETRE, da AMBEV, Prefeitura Municipal de Salvador, MPT-BA, MPBA e DPU.