Para fomentar a prática da leitura, Salvador possui três grandes bibliotecas municipais, situadas na Ribeira, Liberdade e Valéria, somadas aos espaços de leitura disponíveis nas escolas e em equipamentos culturais. No Dia do Bibliotecário, celebrado nesta terça-feira (12), cerca de 30 profissionais que atuam nestes locais destacam a importância da atividade, que ajuda não apenas no incentivo ao hábito de ler, mas também na realização de ações culturais nos espaços onde atuam, colaborando na formação de crianças e adolescentes.
O profissional mais antigo da rede municipal é Paulo Sérgio Brito, de 52 anos, que atua na Biblioteca Municipal Reitor Edgar Santos, na Ribeira, desde 2006. Apaixonado pelo ofício, ele faz questão de pontuar que as bibliotecas e os profissionais que atuam nos espaços têm papel fundamental na formação do público infanto-juvenil.
“Por exemplo, ajudo na promoção de saraus, montagem de peças teatrais, apresentações culturais diversas, recital de poesia e tantas outras atividades. A Ribeira é um celeiro de talentos e nós, quando abrimos as portas das bibliotecas para promover manifestações culturais, somo bem mais que um espaço para ler”, diz.
Além da biblioteca da Ribeira, Salvador possui duas outras bibliotecas municipais para acesso de todo o público: a Nair Goulart, em Valéria, e a Biblioteca Denise Tavares, no bairro do Curuzu, todas administradas pela Prefeitura, através da Fundação Gregório de Matos (FGM). Além disso, algumas escolas da rede municipal de ensino dispõem de bibliotecas internas e salas de estudos.
Localizada no CEU de Valéria, a Biblioteca Nair Goulart desenvolve ações sociais e culturais para a comunidade ao longo de todo o ano. A frente da organização dos eventos e sempre atento aos anseios da comunidade, o bibliotecário José Antônio Nascimento, 53 anos, explica que o profissional é também um educador e tem papel importante na formação de crianças de adolescentes.
“Sabemos que Valéria é uma localidade com alta vulnerabilidade social, então é desafiador a gente atrair o público para nosso equipamento. Então, pensamos outras manifestações culturais que tragam os cidadãos até nós. É um equipamento gratuito, promovemos vários trabalhos, ações culturais com apoio da Gerência e da FGM, fazemos de tudo para que deixem a ociosidade e busquem a biblioteca”, disse o profissional.
Na Denise Tavares, o perfil predominante do público é de adolescentes e jovens. Para a bibliotecária que coordena o espaço, Edjane Ribeiro, 48 anos, o maior desafio dela hoje é fazer com que crianças e jovens não percam o encantamento com a leitura, e entendam que as bibliotecas podem ser mais do que apenas o espaço para o livro.
“A biblioteca é um centro de informação e de cultura. Hoje, com a questão da rede social, da tecnologia, a gente busca agregar as coisas que os jovens gostam, sempre buscando ouvi-los para trazer algo que atraiam eles para dentro da biblioteca”, destaca a profissional.
Difusão da cultura – Atualmente, a Prefeitura desenvolve oito projetos de leitura envolvendo a FGM, a Secretaria Municipal da Educação (Smed) e a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult). Ao longo do ano, também participa de eventos como a Bienal do Livro e a Flipelô.
A gerente de Biblioteca e Promoção do Livro e Leitura da FGM, Jane Palma, explica que a biblioteca é muito mais que um espaço de quatro paredes de fomento ao livro. “Lá dentro esses profissionais, através das políticas públicas de leitura, estimulam muitas outras produções culturais que vão além do livro. Ajudam na difusão ao artista, na criação do autor, fomentando a criatividade fazendo com que as pessoas também tirem do papel seus projetos e seus sonhos”, ressalta Jane.
Origem da data – No Brasil, a data foi instituída pelo Decreto nº 84.631, de 9 de abril de 1980, a ser comemorado em todo o território nacional em 12 de março. A data remete ao nascimento do bibliotecário, escritor e poeta Manuel Bastos Tigre, em 1882, em Pernambuco, que foi considerado o primeiro bibliotecário concursado do país. Atuou durante cerca de quatro décadas na profissão e, dentre os locais onde trabalhou estão o Museu Nacional, a Biblioteca Nacional e a Biblioteca Central da Universidade do Brasil, todos no Rio de Janeiro. Faleceu na capital carioca em 1957.
BIBLIOTECAS MUNICIPAIS:
Edgard Santos – Composta por um acervo de mais de 26 mil títulos, a biblioteca localizada na avenida Pôrto dos Mastros, Ribeira, conta com livros didáticos, clássicos da literatura, como Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, diversas obras de Willian Shakespeare e de importantes escritores da literatura nacional, como Machado de Assis, além de diversos exemplares da literatura infanto-juvenil. No local, ainda acontecem atividades como oficina de desenhos e de pinturas, saraus, rodas de conversa, cineminha infantil, dentre outros.
Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 8h30 às 17h30.
Denise Tavares – Localizada no bairro do Curuzu, a biblioteca conta com um grande acervo de livros infanto-juvenis. O local ainda abriga um infocentro, que objetiva promover a educação e inclusão digital de crianças e adolescentes que frequentam a unidade, além da comunidade local.
Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 9h às 17h.
Nair Goulart – Situada no CEU de Valéria, a biblioteca foi batizada com esse nome, a pedido da própria comunidade, em homenagem à mineira de nascimento, Nair Maria de Jesus Goulart, que adotou Salvador e sua população mais vulnerabilizada, atuando em várias comunidades e realizando diversas ações para o fortalecimento de associações de moradores. Além do acervo de livros, o local também é palco de diversas atividades, como oficinas de contação de histórias e apresentações teatrais.
Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 9h às 17h.
Fotos: Bruno Concha/Secom PMS