Um homem e uma mulher, que são irmãos, foram mortos a tiros em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, na noite de sábado (23). O caso é investigado pela Polícia Civil (PC) e até o momento ninguém foi preso.
De acordo com a Polícia Militar, o crime ocorreu na Rua Itamaraju, bairro Verdes Horizontes. Quando chegaram ao local, os agentes acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), porém, os dois já estavam sem vida.
As vítimas foram identificadas como Airane Duarte de Lima Reis, 31 anos, e Edson Duarte de Lima, 30 ano. Eles são irmãos de Gideão Duarte de Lima, que está preso desde o fim do ano passado, suspeito de envolvimento na morte da cantora gospel Sara Freitas, ocorrida em outubro de 2023. Não há informações se os assassinatos têm alguma relação.
A Polícia Civil informou que não há pistas sobre autoria e motivação do duplo homicídio, investigado pela 4ª Delegacia de Homicídios, em Camaçari. Na nota, a PC detalhou que informações iniciais dadas por testemunhas apontam que os disparos foram feitos por um homem, que estava a bordo de uma motocicleta e fugiu em seguida.
Os policiais militares fizeram buscas, porém, não localizaram o atirador. Além disso, as equipes isolaram o local e acionaram o Departamento de Polícia Técnica (DPT) para remoção dos corpos e realização da perícia. Não há detalhes sobre os sepultamentos de Airane e Edson.
Segundo o advogado Carlos Augusto Vaz, que representa Gideão Duarte de Lima, o alvo dos disparos seria Edson, por suposto envolvimento com o tráfico de drogas, no entanto, Ariane estava próxima a ele e acabou baleada na ação. A Polícia Civil não confirma essa versão. Ainda conforme ele, Gideão não teve conhecimento da morte dos irmãos, até o início da noite deste domingo (24).
Irmão preso por envolvimento em crime que chocou o país
Gideão está preso no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, onde também estão outros três suspeitos de envolvimento com a morte de Sara Freitas: Victor Gabriel Oliveira Neves, Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como Bispo Zadoque, e Ederlan Mariano, que era casado com a vítima – a família pediu para que a imprensa não chame mais a cantora de “Sara Mariano”, para não associá-la ao sobrenome do ex-marido.
A cantora foi vista pela última vez em 24 de outubro, quando saiu da casa onde morava no bairro de Valéria, na capital baiana, com destino a uma reunião de mulheres, em uma igreja. Sara, inclusive, postou nas redes sociais que estava a caminho de Dias D’Ávila horas antes de desaparecer.
Ela seria levada até o local por um motorista de confiança, Gideão Duarte, que já havia prestado esse serviço anteriormente. Depois de entrar no carro, a cantora sumiu. Para transportar a artista, ele tomou um veículo emprestado com outra pessoa, conhecida no meio religioso como Apóstolo Hugo, que não é considerado suspeito de envolvimento com o ato.
Ederlan Mariano, mobilizou buscas pela esposa na imprensa e nas redes sociais. Três dias depois, em 27 de outubro, o corpo de Sara foi encontrado em uma área de mata às margens da BA-093, no trecho de Dias D’ávila.
Segundo o delegado Euvaldo Costa, responsável pelas investigações, a participação de cada um dos suspeitos na ação criminosa se deu da seguinte forma:
👉 Ederlan Mariano encomendou o crime;
👉 Gideão Duarte levou Sara Freitas até o local combinado;
👉 Victor Gabriel segurou a vítima;
👉 Bispo Zadoque a esfaqueou.
Os suspeitos admitiram ter rateado R$ 2 mil, que foram dados por Ederlan Mariano para executar o crime. Ele foi o primeiro suspeito a ser preso, em 28 de outubro.
Além dos envolvidos diretamente na execução de Sara Freitas, um outro homem identificado como “cantor Davi Oliveira” aparece na divisão do dinheiro. Ele teria recebido R$ 200 como “cortesia”, porque sabia do plano para matar Sara Freitas, mas não participou de nenhuma fase do crime.
R$ 2 mil: valor pago por Ederlan Santos Mariano pela morte de sua esposa.
R$ 900: valor recebido por Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como Bispo Zadoque, executor da vítima e responsável pela ocultação do cadáver.
R$ 500: valor recebido por Victor Gabriel de Oliveira, que segurou Sara para que Weslen Pablo, o Bispo Zadoque, a matasse. Também participou da ocultação do cadáver.
R$ 400: valor recebido por Gideão Duarte pelo transporte de Sara para encontro dos executores, e dos mesmos para a casa de Ederlan após o crime. Ele ainda retornaria ao local com os executores para a queima do corpo de Sara.
R$ 200: valor recebido pelo homem identificado como “cantor Davi Oliveira”. Segundo os demais acusados, ele sabia do plano para matar Sara Freitas, mas não participou de nenhuma fase do crime.
Os quatro suspeitos foram indiciados pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e associação criminosa. Após a conclusão do inquérito, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou o grupo à Justiça. Na ocasião, o MP informou que os investigados queriam usar a imagem da artista para lançar a carreira artística de um deles, Victor Gabriel.
G1